quinta-feira, junho 15, 2006

Arquivo Junho 2006 - 1ª Semana

03/06 - Vista de Bruxelas, uma espécie de capital da Europa unificada, a evolução política recente da América Latina causa tanto desconforto que até o presidente da Comissão Européia, o português José Manuel Durão Barroso, abre uma pequena brecha na inevitável cautela diplomática para atacar o que chama de populismo, como tendência que considera "nefasta" - Entrevista (FSP).

- Três pesquisas de intenção de voto divulgadas ontem revelam que o ex-presidente de centro-esquerda Alan García continua na frente do nacionalista Ollanta Humala para o segundo turno da eleição peruana, marcado para amanhã (FSP).

- Diante da ameaça de uma greve geral, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou em cadeia nacional de rádio e TV um pacote de medidas de educação ao custo de 31 bilhões de pesos (R$ 132 milhões) neste ano para atender parte das reivindicações dos estudantes secundaristas que protestam há duas semanas (FSP).

- Antes conhecida como a capital mundial da violência, a cidade colombiana de Medellín se transformou. Um dado importante dá conta dessa mudança: em 1991, no auge da era do narcoterrorismo comandado por Pablo Escobar, a taxa de homicídios dolosos (com intenção) chegava a 361 para cada 100 mil habitantes. Hoje, são 32,5 homicídios em cada 100 mil. O início do processo de desmobilização dos grupos paramilitares de extrema-direita das AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia) é parte da explicação dessa transformação (FSP).

- A crise de representatividade dos partidos políticos tradicionais na América Latina foi o tema que dominou as discussões entre vários ex-presidentes latino-americanos no 4º Encontro do Grupo de Biarritz, encerrado ontem no Memorial da América Latina, em São Paulo (FSP).

02/06 - As exportações brasileiras para os EUA e a União Européia caíram 6,3% e 6,2%, respectivamente, entre maio de 2005 e maio deste ano. Os números, do Ministério do Desenvolvimento, mostram que essas regiões perderam para a América Latina o título de principal parceiro comercial do Brasil (FSP).

- A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) preparou o terreno ontem para manter inalteradas as cotas de produção petroleira e para continuar bombeando petróleo praticamente em plena capacidade, rejeitando proposta de corte na oferta apresentada pela Venezuela, anfitriã da reunião do grupo e principal defensora da linha dura quanto aos preços (FSP).

- Os frenéticos dias finais do segundo turno peruano, a ser decidido no próximo domingo, ainda não envolveram o contra-almirante aposentado Luis Giampietri Rojas, o candidato a vice-presidente de Alan García. Discreto ao longo da campanha e figura polêmica durante a guerra contra o Sendero Luminoso, dificilmente aparece em atos públicos e quase não concede entrevistas (FSP).

- O ex-diretor do Banco Central do Peru Gonzalo García Núñez foi convidado para ser o contrapeso moderado na chapa do candidato nacionalista Ollanta Humala, um militar aposentado que se tornou conhecido por promover um levante contra o Estado, em 2000 - Entrevista - (FSP).

- Criticado por organismos internacionais por sua atitude "intimidatória" com a imprensa, agora o governo do presidente argentino, Néstor Kirchner, está sendo questionado na Justiça acusado de aplicar uma "política discriminatória" na distribuição da publicidade oficial (FSP).

- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, referiu-se ontem como "amigo" ao compatriota Vladimir Ramírez Sánchez, o Chacal, que cumpre pena perpétua por atividades terroristas em Paris (FSP).

01/06 - A Petrobras assina hoje contrato de compra de 51% do controle da Gaseba Uruguay, distribuidora de gás que atua em Montevidéu, por cerca de US$ 13 milhões. Com a aquisição, a Petrobras vai se tornar a quinta maior empresa do Uruguai e a maior distribuidora do país (FSP).

- Até a campanha do nacionalista Ollanta Humala admite: ao se meter na eleição peruana, Hugo Chávez, se transformou no principal cabo eleitoral de Alan García, que praticamente não fala mais sobre o seu adversário de domingo para centrar fogo no venezuelano e, por outro lado, cortejar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (FSP).

- Num cenário em que a "integração na América Latina parece estar em crise", Chile e Brasil pretendem unir forças para convencer vizinhos a lançar um marco jurídico comum, que dê segurança a investidores para alavancar um plano de integração física na região -leia-se obras e mais obras de infra- estrutura. A estratégia, que foi delineada pelo chanceler chileno, Alejandro Foxley, anteontem em entrevista exclusiva à FSP, será perseguida no mês de agosto, durante uma reunião da Comunidade Sul-Americana de Nações (FSP).

- Os estudantes secundaristas que lideraram na segunda-feira os maiores protestos do governo de Michelle Bachelet deram ontem um ultimato até sexta-feira ao governo para atender suas exigências. Do contrário, convocarão uma greve de estudantes e trabalhadores (FSP).

- Quatro oficiais do Exército da Argentina foram punidos com detenção de até 20 dias após serem apontados como responsáveis pelas falhas na segurança que permitiram que manifestantes hostilizassem o presidente argentino, Néstor Kirchner, durante seu discurso pelo dia do Exército no país, na última segunda-feira (FSP).

Arquivo Maio 2006 - 5ª Semana

- 31/05 - O governo boliviano começou a notificar as cerca de cem famílias brasileiras que possuem terras em regiões fronteiriças da Bolívia para que regularizem suas propriedades no país, informou o vice-ministro de Terras, Alejandro Almaraz (FSP).

- Apesar das críticas de integrantes do governo boliviano à Petrobras, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou ontem que as negociações sobre a questão do gás entre Brasil e Bolívia estão correndo "extremamente bem", e agora os dois países estão falando "a mesma linguagem" (FSP).

- Mais de 600.000 estudantes secundaristas do Chile fizeram greve ontem por melhores condições na educação pública, na maior manifestação estudantil do país desde 1972. Protestos nas proximidades do Palacio de la Moneda, sede da presidência, em Santiago, terminaram em confrontos com a polícia. Houve 12 feridos e mais de 300 detidos (FSP).

30/05 - A sensibilidade que começa a se desenvolver com relação à América Latina vem fazendo com que os investidores reavaliem seus compromissos. "Onde existe qualquer risco de que as coisas vão pelo caminho da Bolívia os investimentos estão suspensos", disse Stephen Donehoo, que assessora investidores para a Kissinger McLarty, nos EUA (FSP).

- O presidente da Bolívia, Evo Morales, retirou ontem as forças militares que ocupavam instalações de energia do país desde a nacionalização das reservas de hidrocarbonetos, decretada no último dia 1º (FSP).

- O segundo turno da campanha presidencial peruana chega à sua última semana com episódios diários de violência e trocas de insultos. O temor de mais confrontos aumentou depois que o presidente Alejandro Toledo afirmou, no último fim de semana, que teme a ocorrência de "conflitos pagos" no domingo, dia da votação (FSP).

- Irritado com a participação de militares em um ato em defesa da "luta contra a subversão" na ditadura, o presidente argentino, Néstor Kirchner, afirmou ontem que quer soldados "distantes do terrorismo de Estado" (FSP).

29/05 - A disputa pública que desencadeou conflitos de rua e resultou na expulsão da siderúrgica brasileira EBX da Bolívia pelo presidente Evo Morales esconde uma luta pela megajazida de minério de ferro de Mutún, estimada oficialmente em ao menos US$ 40 bilhões. O governo cancelou a licitação, preparada pela gestão anterior, sob a alegação de que a empresa de Eike Batista e o banco francês BNP Paribas manipularam o processo para obter a vitória (FSP).

- A EBX nega que a implantação da siderúrgica na mesma região de Mutún estivesse relacionada com a licitação para explorar a jazida de minério de ferro e rechaça tráfico de influência nos governos pré-Evo Morales, responsáveis pelo processo (FSP).

- Principal aliado de Evo Morales, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, tem demonstrado interesse em participar da exploração de Mutún, embora nenhuma empresa de seu país tenha participado do novo processo licitatório, que privilegia o uso do gás natural (FSP).

terça-feira, maio 23, 2006

Arquivo Maio 2006 - 4ª Semana

27/05 - Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, reuniram-se ontem na região cocaleira do Chapare para anunciar, entre outras medidas, um pacote de investimentos em gás e petróleo com um aporte inicial de US$ 1,5 bilhão por meio da PDVSA, a gigante petroleira venezuelana. É o mesmo valor investido pela Petrobras Bolívia, atualmente a maior empresa do país, junto com suas sócias (FSP).

- O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, disse em Salvador que acha "muito difícil" a estatal venezuelana PDVSA substituir a empresa brasileira na Bolívia, "em função do mercado nacional, que é o principal destinado do gás boliviano" (FSP).

26/05 - No primeiro grande ato pela reeleição e diante de milhares de pessoas arregimentadas por seus apoiadores, o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, discursou ontem na praça de Maio, a principal do país, fez um balanço de seus três anos de gestão e reivindicou para si a "mística peronista" do líder de massas (FSP).

25/05 - O preço do trigo vem subindo no mercado externo e pressionando os preços também no mercado argentino, grande exportador do produto. Para evitar a alta interna dos preços, o governo Kirchner, após ameaçar a proibição das exportações, fez o setor se comprometer a fazer uma auto-regulação. Essa auto-regulação significa que deve ser garantida maior oferta de trigo e de farinha no mercado interno e redução do produto a ser exportado (FSP).

- Depois de dois dias de reunião em Buenos Aires, com o acompanhamento contínuo do presidente Hugo Chávez desde Caracas, os sócios do Mercosul declararam "concluídas" ontem as negociações para a entrada da Venezuela como membro pleno do bloco (FSP).

O presidente da Bolívia, Evo Morales, reagiu às críticas do colega norte-americano, George W. Bush, para quem seu governo atenta à democracia, assim como o do venezuelano Hugo Chávez.
Morales assegurou que seu governo, "contrariamente à opinião" de Bush, "fortalece a democracia com iniciativas como a Assembléia Constituinte nacional, proposta pelo presidente boliviano (FSP).

- A Argentina está disposta a aceitar um aumento do preço do insumo energético, que passaria de US$ 3,18 por milhão de BTU (unidade de medida de energia) para algo entre US$ 5 e US$ 5,5.
Desse modo, o Brasil ficará isolado, se o aumento foi acertado (FSP).

- O Comitê Político da União Pelo Peru, de Ollanta Humala, tomou a decisão de "distanciar" seu candidato do presidente Hugo Chávez, da Venezuela. As avaliações internas, com base inclusive em opiniões de analistas independentes, concluíram que a idéia de proximidade com Chávez teria atuado como fator de desgaste. Os peruanos, em sua maioria, são contra o que consideram intervenção do mandatário venezuelano em questões suas e o candidato à frente nas pesquisas, o ex-presidente Alan GarcÍa, não perdeu tempo em usar essa carta (FSP).

- Três anos depois de ser eleito com apenas 22% de votos, o presidente Néstor Kirchner vai testar hoje seu poder político e seu apelo popular em um ato na praça de Maio. A intenção da Casa Rosada é levar ao menos 100 mil pessoas para ouvir Kirchner falar na cerimônia de comemoração do Dia da Pátria (FSP).

23/05 - Em uma viagem planejada mais para normalizar as relações diplomáticas do que para solucionar impasses em torno do gás, o chanceler Celso Amorim ouviu ontem do presidente boliviano, Evo Morales, um pedido para agilizar as negociações em torno dos termos da nacionalização e do preço do produto exportado ao Brasil (FSP).

- O debate dos candidatos à presidência do Peru, no domingo, terminou em empate. Para analistas, o social-democrata Alan García, que tem 56% das intenções de voto, venceu o debate (FSP).

22/05 - Dias antes de comemorar três anos de governo num ato público onde espera contar com a presença de 100 mil pessoas, o presidente argentino, Néstor Kirchner, fez um balanço de seu mandato, evitou responder se é candidato à reeleição -em 2007-, mas disse que sua mulher, a senadora Cristina Kirchner, "tem todas as condições" para o cargo (FSP).

21/05 - A pobreza da Bolívia contrastou, durante muito tempo, com a riqueza de um de seus filhos, Antenor Patiño, o "rei do estanho", nascido nos últimos anos do século 19 e considerado um dos homens mais ricos de seu tempo. (FSP).

- O ex-chefe de espionagem do governo de Alberto Fujimori, Vladimiro Montesinos, disse ontem que a rebelião militar liderada pelo hoje candidato nacionalista à Presidência do Peru Ollanta Humala, há seis anos, foi uma "farsa, uma operação de enganação e manipulação" para "facilitar minha fuga do país". Humala nega (FSP).

Arquivo Maio 2006 - 3ª Semana

20/05 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Natal (RN), que o Brasil deverá alcançar a auto-suficiência na produção de gás em 2008. Mesmo assim, afirmou, não deixará de importar o produto da Bolívia para ajudar o povo daquele país, que, segundo ele, é "muito pobre" (FSP).

- A Venezuela emprestará à Bolívia US$ 100 milhões para a execução do seu projeto de reforma agrária, disse ontem o ministro de Desenvolvimento Rural, Agropecuário e Meio Ambiente da Bolívia, Hugo Salvatierra (FSP).

19/05 - A Petrobras anunciou ontem que irá aumentar a oferta de gás natural produzido no Brasil em 24,2 milhões de metros cúbicos por dia a partir de 2008. O Brasil continuará importando gás boliviano, mas o aumento da demanda nos próximos anos poderá ser atendido por gás do país. O gás adicional virá de novas descobertas na bacia do Espírito Santo (FSP).

- A Petrobras já tem plano para substituir os 14 milhões de metros cúbicos de gás que seriam importados pelo gasoduto Bolívia-Brasil: a estatal construirá duas unidades que permitirão trazer gás do exterior em navios sob a forma de GNL (Gás Natural Liquefeito). O investimento será de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões (FSP).

- A economia argentina completou em março sete trimestres consecutivos de crescimento superior a 8%, apesar de o nível de atividade daquele mês ter ficado abaixo do esperado pelo mercado (FSP).

- Diante de um personagem tão polarizador, amado e odiado com igual grau de histeria, a biografia "Hugo Chávez sem uniforme" (ed. Gryphus) foi elogiada em críticas desde o "The New York Times" ao diário da esquerda argentina "Página/12". Os autores -o casal venezuelano formado pela jornalista Cristina Marcano e o escritor Alberto Barrera- viveram no México entre 1996 e 2002, ficando de fora da eleição do ex-coronel e do golpe contra ele. A proposta de escrever a biografia nasceu justamente do braço mexicano da editora Random House/Mondadori. Ambos voltaram à Venezuela, e durante dois anos, até o final de 2004, pesquisaram a vida do presidente, há sete anos no poder - Entrevista (FSP).

- O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori, 67, foi libertado ontem sob fiança e deixou a prisão no Chile onde esteve detido nos últimos seis meses (FSP).

- O ex-ditador chileno Augusto Pinochet (1973-1990) foi interrogado ontem sobre o desaparecimento de 37 dissidentes durante seu regime como parte da Operação Colombo (FSP).

18/05 - O episódio Brasil-Bolívia não é suficiente para julgar Evo Morales. Por enquanto, mostra apenas um político desajeitado em um país sem tradição diplomática. Mas está sendo fundamental para avaliar a conveniência ou não de avançar qualquer projeto com Hugo Chávez, o presidente da Venezuela - Luís Nassif (FSP).

- O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse ontem que "se restabeleceu o clima de confiança" entre o Brasil e a Bolívia, "passados os excessos verbais de algumas autoridades bolivianas"(FSP).

- O comércio entre os países latino-americanos crescerá 15,5% em 2006 e atingirá uma movimentação de US$ 90 bilhões. A previsão consta no informe Projeções do Comércio Inter-regional - Perspectivas para 2006 -, da Aladi (Associação Latino-americana de Integração), que coloca o Brasil como locomotiva desse crescimento, com 24% do seu total (FSP).

- O Equador classificou como chantagem a decisão dos EUA de interromper negociações do acordo bilateral dos dois países devido à decisão do governo equatoriano de rescindir o contrato que tinha com a petrolífera americana Oxy (FSP).

- A economia venezuelana registrou no primeiro trimestre deste ano um crescimento de 9,4% em seu PIB (Produto Interno Bruto). De acordo com o Banco Central da Venezuela, este é o décimo trimestre consecutivo de alta e o melhor desempenho da economia desde 1990, quando o país começou a calcular o PIB por trimestre (FSP).

- O candidato nacionalista à Presidência do Peru, Ollanta Humala, deve ganhar força entre o eleitorado pobre na reta final do segundo turno, caracterizando seu rival, o ex-presidente Alan García, como o "candidato da elite", avaliou Alfredo Torres, diretor do Apoyo. O instituto de pesquisa é o mais respeitado do Peru (FSP).

17/05 - O governo boliviano apresentou a sua proposta de reforma agrária, na qual prevê uma distribuição de terras "rápida e maciça", privilegia comunidades indígenas e mulheres e se compromete a respeitar latifúndios, desde que em situação regular e produtivos (FSP).

- Com um discurso bastante afinado com o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que um possível reajuste do gás não deve afetar muito o Brasil e a Argentina (FSP).

- Independentemente do resultado das negociações entre a Petrobras e a YPFB (estatal boliviana), o preço do gás natural comprado da Bolívia aumenta em julho. O aumento é resultado da aplicação do contrato em vigor entre as duas empresas, que prevê reajustes trimestrais (FSP).

- O governo Bush anunciou ontem que encerrou as negociações para um acordo de livre comércio com o Equador. "Estamos muito decepcionados. A partir de agora, encerramos as nossas negociações com o país", afirmou Neena Moorjani, porta-voz do USTr (órgão representante de comércio nos Estados Unidos), referindo-se à decisão tomada anteontem pelo governo equatoriano de cancelar contrato de operação da petrolífera americana Occidental no país (FSP).

- O Congresso da Venezuela aprovou ontem o novo imposto a ser cobrado de petrolíferas estrangeiras no país.
Agora, empresas como Chevron, Exxon Mobile, ConocoPhillips, Norway's Statoil ASA e France's Total, que atuam na bacia do rio Orinoco, serão obrigadas a pagar uma taxa de 33,3% sobre suas atividades para poder operar no país, a mesma taxa cobrada pelas empresas privadas em joint ventures com o governo (FSP).

- As Forças Armadas venezuelanas estudam a venda de seus 21 caças F-16 de fabricação americana a outro país, possivelmente o Irã, em reação ao veto à compra de armas imposto ao país pelos EUA (FSP).

16/05 - O presidente boliviano, Evo Morales, deixou ontem definitivamente claro que seu governo não vai indenizar a Petrobras pelos investimentos feitos no país vizinho, mas poderá fazê-lo em relação às instalações da estatal brasileira, na dependência dos resultados de uma auditoria já em andamento (FSP).

- Novamente sem aviso prévio e para demonstrar força, o governo boliviano promulgou ontem um decreto adicional de nacionalização dos hidrocarbonetos, no qual estabelece um prazo de apenas três dias para que os fundos de pensão transfiram ao Estado as ações de três empresas nacionalizadas, sob pena de intervenção (FSP).

- A Petrobras considera a possibilidade de aumentar os investimentos na exploração e na produção de gás, em decorrência da crise com a Bolívia, que pode, em tese, adiar em alguns meses a auto-suficiência do país, segundo o diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbasse (FSP).

- O ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, disse acreditar numa posição "flexível" da Petrobras durante as negociações sobre a fixação do preço do gás vendido ao Brasil, mas advertiu que, caso não haja aumento, os volumes de exportação permanecerão os mesmos (FSP).

- No momento em que a Petrobras sinaliza que não aceitará o aumento do gás boliviano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que a importação do produto ao mercado nacional está condicionada ao preço que o vizinho sul-americano irá oferecer ao Brasil. De acordo com Lula, o governo "vai priorizar agora a busca pela auto-suficiência na produção de gás"(FSP).

- O Palácio do Planalto já dá como certa a desapropriação em massa dos fazendeiros brasileiros na Bolívia, mas, por outro lado, não possui nenhum plano emergencial para remanejá-los para terras nacionais (FSP).

- A empresa petrolífera francesa Total anunciou ontem que está disposta a deixar de investir na Bolívia após a decisão do país vizinho de nacionalizar as reservas de petróleo e gás. A Total tem participação de 15% nos campos de San Antonio e San Alberto, na Bolívia -operados pela Petrobras (FSP).

- Os EUA proibiram ontem a venda de armas e material militar à Venezuela, ao considerar que o país não coopera na luta contra o terrorismo. Chávez respondeu que a atitude era "imperialista".
O porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, disse que está convencido de que o governo venezuelano "ganhou honestamente seu lugar entre os países que não cooperam na luta antiterrorista" (FSP).

15/05 - A Petrobras e a YPFB (estatal boliviana) iniciam hoje processo de negociação sobre o preço do gás, mas, do lado brasileiro, já está decidido: não será aceito pedido de aumento.
Segundo a Folha apurou, a Petrobras demonstrará aos representantes da estatal boliviana que o aumento do gás torna o produto pouco competitivo no Brasil, o que levaria a indústria, principal consumidora, a substituí-lo por outros combustíveis (FSP).

- O presidente em exercício da Bolívia, Alvaro García Linera, disse que a parceria com o Brasil é muito mais importante do que a Venezuela e que não há motivos para "ciúmes" com relação aos potenciais investimentos do governo Hugo Chávez no país. Por outro lado, disse que, se a Petrobras não aceitar assinar novos contratos no período de 180 dias estipulado pelo decreto de nacionalização, terá de deixar o país -e, pelas auditorias do governo, sem direito a indenização sobre os megacampos de exploração San Alberto e San Antonio - Entrevista (FSP).

- O bate-boca e a crise diplomática entre Brasil e Bolívia após o decreto de nacionalização reacenderam no país a tese do "subimperialismo brasileiro", corrente entre a esquerda local, sobretudo nos anos 1970, por causa da relação entre as ditaduras militares. O tema é o assunto principal da edição distribuída ontem do semanário "Juguete Rabioso" ("Brinquedo Raivoso"), principal publicação ligada ao MAS (Movimento ao Socialismo), partido do presidente Evo Morales (FSP).

- O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou ontem em Paris que "ainda está tentando saber como se governa" e que não é fácil passar de "líder sindical a presidente". (FSP).

- A nacionalização das reservas de gás e petróleo da Bolívia é mais um sintoma do agravamento da disputa mundial pelo controle das reservas de combustíveis não-renováveis. O tema dominou a visita a Washington do presidente chinês, Hu Jintao, em abril, e estará na pauta da reunião do G8 (os sete países mais industrializados e a Rússia) em julho, em São Petersburgo. Compõe também o pano de fundo das crises em torno do programa nuclear do Irã e da matança de civis na guerra civil em Darfur, no Sudão (FSP).

- O candidato de oposição à Presidência da Colômbia, Alvaro Leyva, desistiu ontem de sua candidatura. As eleições, marcadas para o próximo dia 28, têm o presidente Álvaro Uribe como favorito (FSP).

- Em entrevista ao jornal chinelo "El Mercurio", o ex-presidente argentino Carlos Menem, 76, disse estar determinado a participar da próxima eleição presidencial, marcada para outubro de 2007 (FSP).

14/05 - O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse a seu colega boliviano, Evo Morales, que, por mais que defenda a integração sul-americana e a parceria com a Bolívia, não quer mais "uma espada sobre a cabeça", em alusão direta às duras críticas de Evo à Petrobras e ao Brasil, feitas em entrevista na quinta-feira, ainda que retificadas no dia seguinte (FSP).

- Entidades que representam 82% dos consumidores industriais de gás enviaram cartas ao governo em que reivindicam a criação de grupo de trabalho para discutir alternativas de abastecimento se houver interrupção de fornecimento pela Bolívia (FSP).

- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou conceito que começou a usar logo no início da Presidência para situá-lo no contexto da crise Brasil-Bolívia. "É preciso parar, na América Latina, de um presidente ficar culpando o mundo pela pobreza de seu país. É preciso saber o que nós deixamos de fazer em algum momento da nossa história e acho que, se a gente pensar no século 21, a gente pode dar um salto de qualidade. Se a gente ficar remoendo o passado, na verdade nós não andaremos."(FSP).

- O decreto de nacionalização do gás e petróleo na Bolívia faz parte de um "jogo político" necessário ao presidente Evo Morales, no qual é preciso encenar força e nacionalismo para um eleitorado radical e, nos bastidores, buscar diálogo e soluções negociadas com os países vizinhos e empresas investidoras. Essa é a opinião de William Powers, autor do livro "Whispering in the Giant's Ear", sobre a guerra da Bolívia contra a globalização, que será lançado na próxima semana nos Estados Unidos (FSP).

- "A integração sul-americana deveria ter sido feita baseada em regras claras e contratos, não apenas com afinidades ideológicas aparentes entre os governos." A opinião é do jornalista Michael Reid, editor desde 1999 da seção "The Americas", que inclui todo o noticiário latino-americano da revista britânica "The Economist", a bíblia do liberalismo econômico. Ele foi correspondente da revista em São Paulo de 1996 a 1999. Antes, Reid representou a publicação em Lima e na Cidade do México - Entrevista (FSP).

- Cuba busca uma transformação para sobreviver. Quem afirma é Fidel Castro. "Os ianques não podem destruir o processo revolucionário, pois nossa população aprendeu a portar armas. Mas este país pode se autodestruir se não formos capazes de corrigir nossos erros", diz o ditador, no poder desde 1959. O alerta foi feito durante uma série de cem horas de entrevista a Ignacio Ramonet, editor do "Le Monde Diplomatique", cujo resultado é o livro "Fidel Castro Autobiografia a Dos Voces". Nas 569 páginas, o líder cubano, que tem quase 80 anos, também fala de sua sucessão e afirma não acreditar que Cuba seguirá o caminho da União Soviética, embora reconheça as ameaças que enfrenta (FSP).

- O presidente da Bolívia continua a manter hábitos da época em que era líder sindical. Não se acostumou à residência oficial e prefere dormir, duas ou três vezes por semana, na pequena casa de 36 m2 que alugou em La Paz quando era deputado. Suas jornadas de trabalho duram 20 horas. Este é o relato de um dia completo com o homem que governa um dos países mais pobres da América do Sul. A data? 27 de abril, dia em que concluiu o decreto que nacionalizaria os hidrocarbonetos bolivianos (FSP).

- Morales está convencido de que existe uma conspiração contra ele: "Nessa conspiração existe uma corrente da oligarquia e de algumas multinacionais petrolíferas, de políticos nefastos, corruptos, neoliberais", acusa. "Temos informações dos serviços de inteligência e das Forças Armadas." Ele está preocupado? "Não, pelo contrário, me sinto forte."(FSP).

domingo, maio 07, 2006

Arquivo Maio 2006 - 2a. Semana

13/05 - O presidente boliviano, Evo Morales, desdisse ontem tudo o que havia dito na véspera sobre o Brasil e a Petrobras, fez um discurso de suprema humildade na sua segunda entrevista coletiva em dois dias de Viena, transformou a Petrobras de "contrabandista" em "sócia" outra vez e usou o mais velho e desgastado recurso dos governantes: culpou "tergiversações" da mídia pelo confronto, ao menos retórico, com o Brasil e o "companheiro" Lula (FSP).

- A nacionalização dos ativos petrolíferos promovida de maneira espalhafatosa pelo presidente boliviano, Evo Morales, encerra pelo menos quatro lições úteis para a discussão da integração regional e desenvolvimento - Gesner Oliveira (FSP).

- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou absolutamente só no Mercosul, ao menos na hipótese de uma reunião de cúpula do bloco sul-americano com seus parceiros da União Européia, uma tradição das três reuniões anteriores da cúpula maior, a dos europeus com o conjunto da América Latina/Caribe (FSP).

- A crise entre o Brasil e a Bolívia e o apoio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, a seu colega Evo Morales enterram o principal projeto da política externa do governo atual, a integração da América do Sul, afirma o embaixador Rubens Ricupero (FSP).

- A Igreja Católica colombiana ameaçou tacitamente de excomunhão os juízes da Corte Constitucional que descriminalizaram em casos específicos a prática do aborto no país (FSP).

12/05 - O presidente boliviano, Evo Morales, instalou uma metralhadora giratória verbal na manhã de ontem em Viena, com a qual atingiu principalmente a Petrobras, acusada de "contrabandista", e o governo de seu colega brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, cujos "colaboradores" teriam "bloqueado" as tentativas de Morales de se comunicar com Lula antes da nacionalização do gás, no dia 1º de maio. "Depois me procuraram imediatamente", ironizou o boliviano, com um leve sorriso no rosto cor de cobre de descendente de índios aymarás (FSP).

- A nacionalização das jazidas de gás e petróleo pelo presidente Evo Morales não surpreendeu. Antes e durante a campanha eleitoral para a Presidência da Bolívia, ele declarou que não se devia exportar o gás natural nas condições atuais e que as leis de hidrocarbonetos (gás e petróleo) tinham de ser modificadas de modo que o Estado boliviano receba 50%, e não 18% de impostos (FSP).

- O Congresso venezuelano divulgou ontem, em comunicado, a recomendação de que o Estado assuma o controle de projetos petrolíferos desenvolvidos por empresas multinacionais no país, como a Chevron e a ExxonMobil, instaladas na bacia do rio Orinoco (FSP).

- O chanceler brasileiro, Celso Amorim, transmitiu ontem à noite aos jornalistas a "indignação" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os comentários feitos de manhã pelo presidente boliviano, Evo Morales, a respeito da nacionalização do gás e da atuação da Petrobras no seu país (FSP).

- Em resposta às declarações do presidente da Bolívia, Evo Morales, a Petrobras divulgou ontem uma dura nota na qual expressa sua "indignação diante de acusações" de operar "deliberadamente à margem da lei".Sem citar nominalmente o presidente Morales, a nota diz ainda que a companhia "sente-se surpreendida pelas recentes notícias que relatam acusações de ilegalidade na sua atuação na Bolívia"(FSP).

- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu o ataque de Evo Morales ao Brasil e à Petrobras à campanha eleitoral para a Assembléia Constituinte boliviana, eleição marcada para 2 de julho e peça fundamental no desenho do presidente da Bolívia para o que chama de "refundação" de seu país.O nacionalismo tem forte apelo eleitoral na Bolívia (como na maioria dos países) (FSP).

- A afirmação de Evo Morales sobre 70 contratos -segundo ele, ilegais- entre o Estado e as multinacionais petroleiras é uma posição histórica do seu partido, o MAS (Movimento ao Socialismo), e uma grande controvérsia há dez anos.O contrato de risco compartilhado, a privatização da YPFB e a definição do preço do gás aos únicos compradores, Brasil e Argentina, são os três pontos da política de hidrocarbonetos herdada de governos passados e questionados pelo MAS (FSP).

- Em depoimento ao Senado, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, disse que, durante a preparação do decreto que nacionalizou o gás e o petróleo, havia "insinuações muito diretas do governo brasileiro" de que poderia haver até uma intervenção militar contra o país (FSP).

- As duras declarações do presidente boliviano, Evo Morales, contra a Petrobras contrastam com a avaliação otimista das missões boliviana e brasileira do encontro de anteontem, em La Paz, que marcou o início das negociações para a revisão do preço do gás exportado e para a adaptação das operações da Petrobras ao decreto de nacionalização (FSP).

- A entrevista de Evo Morales ontem em Viena permite compor o perfil do governante boliviano conforme suas próprias palavras, em alguns dos principais temas que emergiram, ao menos no Brasil, após a nacionalização do gás.Mas é um perfil que está assentado menos em questões conjunturais e mais no resgate do que o boliviano considera "500 anos de espoliação" do seu país tanto por estrangeiros como pela elite local (FSP).

11/05 - A Venezuela e a Bolívia rechaçaram ontem comentários de autoridades brasileiras de que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, teria influenciado a decisão boliviana de nacionalizar o setor de gás natural do país (FSP).

- "O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela poderia ter me consultado a respeito disso. Não falei o que a nota diz. Nunca trataria um chefe de Estado dessa forma, menos ainda um chefe de Estado de um país amigo", disse o assessor especial da Presidência brasileira para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, a respeito da nota do governo venezuelano divulgada ontem (FSP).

- A crise com a Bolívia desencadeou, em certos meios políticos e jornalísticos brasileiros, uma súbita e veemente onda nacionalista. O clima é de indignação ruidosa e preocupação alarmada com os interesses nacionais. Há muito tempo não se vê tanta ênfase patriótica na imprensa e no Congresso -Paulo Nogueira Batista Jr. (FSP).

- Depois de mais de seis horas de reunião, o encontro entre os ministros brasileiro Silas Rondeau (Minas e Energia) e boliviano Andrés Soliz Rada (Hidrocarbonetos) terminou sem avanços aparentes em temas como a nacionalização das refinarias pertencentes à Petrobras e a negociação sobre o preço do gás (FSP).

- O ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, anunciou ontem o pacote de investimentos na área de gás e petróleo que a estatal venezuelana PDVSA fará no país, que inclui construção de indústrias e a criação da bandeira Petroandina para uma rede de postos de gasolina. O anúncio será feito pelos presidentes Evo Morales e Hugo Chávez durante um encontro na quinta-feira da semana que vem (FSP).

- O presidente em exercício da Bolívia, Alvaro García Linera, disse ontem que os novos diretores e síndicos da Petrobras Bolívia Refinación S.A., indicados na segunda pelo governo, assumirão suas funções em duas semanas (FSP).

- O chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, afirmou em Madri (Espanha) que contratos assinados com empresas de petróleo e gás no país são "ilegais", em referência aos contratos de exploração de campos de gás e petróleo assinados nos anos 1990 (FSP).

- Os consumidores já se retraíram diante da perspectiva de aumento do preço do gás boliviano: o número de agendamentos feitos pelas oficinas de conversões de veículos para o uso do GNV (Gás Natural Veicular) caiu em 30% desde o início da crise. A estimativa é do Comitê de GNV (Gás Natural Veicular) do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo) (FSP).

- O Luiz Inácio Lula da Silva que desembarca no fim da tarde em Viena não é mais o primeiro presidente que parecia de esquerda, uma espécie de precursor da suposta onda que se alastrou depois pela América Latina.Ao contrário, está fora da foto da cúpula alternativa ao encontro de governantes da União Européia-América Latina/Caribe, motivo da viagem de Lula - Clóvis Rossi (FSP).

- O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, vai sair do extremo sul da América do Sul, atravessar o Atlântico mais meia Europa, para participar da 4ª Cúpula União Européia-América Latina/Caribe, amanhã, mas não fica para a habitual cúpula paralela que reúne apenas os quatro sócios do Mercosul e o conglomerado europeu, agora com 25 países, marcada para o dia seguinte (FSP).

- A CFI (Corporação Financeira Internacional), o braço financeiro do Banco Mundial, apresentou um plano em que amplia as exigências "ambientais e sociais" antes de conceder um crédito de US$ 400 milhões às duas multinacionais do papel que estão sendo construídas na fronteira com o Uruguai, centro da crise diplomática do país com a Argentina (FSP).

10/05 - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou ontem que a política externa brasileira "nunca será a do porrete", ao falar sobre a crise do gás a senadores, e admitiu que o venezuelano Hugo Chávez às vezes causa "desconforto" ao Brasil. Chamou a atitude boliviana de ocupar instalações da Petrobras com tropas de "adolescente" (FSP).

- Além do preço do gás natural, a Petrobras quer discutir a nomeação de quatro bolivianos para a estatal brasileira na reunião de hoje em La Paz, Bolívia, com representantes do governo boliviano e da estatal YPBF. De acordo com a empresa brasileira, para que os indicados possam assumir cargos de direção na Petrobras, é preciso que sejam cumpridos uma série de procedimentos (FSP).

- A Petrobras Bolívia divulgou ontem um duro comunicado em relação à nomeação, feita na véspera pelo governo boliviano, de quatro diretores e um síndico para as duas refinarias nacionalizadas pelo decreto do dia 1º de maio. Na nota, a empresa brasileira afirma que, para que a medida seja implantada, "há uma série de procedimentos e formalidades legais e societárias que devem ser cumpridas previamente, de acordo com a Constituição e as leis da República" (FSP).

- O preço do gás que o Brasil importa da Bolívia subiu 307% desde o início da operação do gasoduto que liga os dois países, em julho 1999. O percentual supera a variação de 250% do preço do petróleo no mesmo período (FSP).

- 09/05 - O governo boliviano nomeou ontem à tarde os novos diretores da Petrobras Bolívia Refinación S.A. e de outras empresas que, de acordo com o decreto de nacionalização, terão de passar o controle acionário à YPFB, a estatal boliviana de gás e petróleo. A posse dos diretores ainda não tem data marcada (FSP).

- O presidente da Bolívia, Evo Morales, convocou a população do país a "defender a nacionalização" dos hidrocarbonetos contra uma suposta conspiração em andamento contra o decreto assinado na semana passada (FSP).

- O conturbado episódio da nacionalização dos setores de petróleo e gás na Bolívia não muda e até reforça convicções que tenho manifestado neste espaço a respeito da importância do controle de setores estratégicos, cuja desnacionalização não é recomendável a nenhum país - Benjamin Steinbruch (FSP).

- A Petrobras inicia amanhã negociação direta com a Bolívia sobre o aumento de preço do gás, mas o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, antes se encontra com o venezuelano Hugo Chávez, principal apoiador da nacionalização feita por Evo Morales (FSP).

- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o próprio ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participe da missão brasileira que irá à Bolívia tratar dos interesses da Petrobras após a nacionalização dos hidrocarbonetos no país vizinho (FSP).

- O assessor especial da Presidência brasileira para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que a mudança de regras fundiárias na Bolívia, estudada pelo governo Evo Morales, "preocupa" o Brasil caso seja feita "ao arrepio da lei" e com quebra de contratos (FSP).

- Além de mais uma vez prometer que o preço do gás no Brasil não vai aumentar com a nacionalização das reservas bolivianas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil não fará "provocações" nem adotará "retaliações" nas negociações com o vizinho sul-americano (FSP).

- A eleição peruana será um dos palcos onde a liderança da América do Sul será disputada, segundo o jornalista e escritor Alvaro Vargas Llosa."Chávez conseguiria um grande aliado para sua Alba se o Humala vencer. Já Alan García descobriu que pode ganhar votos se for o "anti-Chávez'", disse em relação aos dois candidatos que se enfrentam no segundo turno, no próximo 4 de junho (FSP).

- Uma pesquisa do instituto Apoyo colocou o segundo colocado no primeiro turno como favorito para as eleições de 4 de junho. O ex-presidente Alan García aparece com 57% dos votos válidos, contra 43% de Ollanta Humala (FSP).

08/05 - Depois do gás, a terra. O presidente boliviano, Evo Morales, já tem em sua mesa um pacote de decretos e um projeto de lei que regulamenta o que ele mesmo tem chamado de nacionalização da terra. A medida deve afetar de forma diferente as centenas de proprietários de terra brasileiros no país, divididos pelo governo entre sojicultores radicados no departamento de Santa Cruz e os que exercem atividades ilegais na extensa zona de fronteira (FSP).

- O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou no sábado que pretende elevar em US$ 2 o preço do gás exportado pelo país. Hoje, o produto é vendido a US$ 3,60, mas chega ao consumidor brasileiro a US$ 5,60, em razão do custo de transporte. Se o desejo de Morales de aumento de 55% se concretizar, o preço subirá a pelo menos US$ 7,60 o milhar de m3 (FSP).

- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou ontem em seu programa de rádio semanal que seu país vai aumentar sua receita com o setor de petróleo, criando um novo imposto e aumentando taxas já existentes para algumas empresas (FSP).

- O ingresso de venezuelanos na Bolívia aumentou 175% nos dois primeiros meses após a vitória do presidente Evo Morales, indicam documentos do Serviço Nacional de Imigração obtidos pela Folha (FSP).

- O jornal boliviano "La Razón" informou ontem que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, participará, ao lado do presidente boliviano, Evo Morales, do lançamento, na Bolívia, da campanha pela Assembléia Constituinte (FSP).

- Está claro que o presidente Lula não quer briga com a Bolívia de Evo Morales, assim como não quis briga quando Nestor Kirchner reclamou e levou medidas de proteção à indústria argentina que contrariam as regras do Mercosul e prejudicam exportadores brasileiros. Do mesmo modo, Lula não brigou com Hugo Chávez quando o governo da Venezuela impôs a mudança dos contratos da Petrobrás naquele país - Carlos Alberto Sardenberg (Estadão).

7/05 - O presidente da Bolívía, Evo Morales, defendeu hoje um forte aumento no preço do gás que seja capaz de resolver o déficit fiscal e ainda colocar as contas do país vizinho no azul.Segundo a estatal Agência Boliviana de Informação, Morales quer elevar o preço do combustível vendido ao Brasil e à Argentina em US$ 2. Hoje o Brasil paga US$ 3,26 por milhão de BTU (medida internacional de gás) --ou seja, a alta defendida pelo presidente alcança 61% (UOL).

- O Brasil já está no limite da oferta de gás e deve ter déficit de 8 milhões de m3/dia (cerca de 10% da demanda) daqui a quatro anos. Caso o governo cumpra a decisão de desestimular o consumo do gás por causa da crise com a Bolívia, o problema pode ser outro: energia mais cara ou a falta dela (FSP).

- Pela terceira vez em 70 anos, a Bolívia nacionalizou suas reservas de petróleo e gás natural. Diferentemente das duas primeiras ocasiões, em que os principais alvos foram empresas norte-americanas, desta vez a maior vítima foi a Petrobras.A decisão da Petrobras de suspender, por enquanto, novos projetos na Bolívia é sensata. José Alexandre Scheinkman (FSP).

- A Bolívia está chegando ao limite de sua capacidade de produção de gás e, sem novos investimentos, deve haver um déficit de 12 milhões de m3/dia entre os compromissos contratuais do país e o que ele será capaz de entregar aos compradores, entre os quais o principal é o Brasil.

- A divisão de gás da Petrobras não dá lucro, segundo informa Ildo Sauer, diretor de gás e energia da estatal. "O negócio de gás na companhia sempre foi deficitário, o lucro da Petrobras [de R$ 23,7 bilhões em 2005] vem da exploração de petróleo no Brasil." (FSP)

- O episódio Evo Morales está servindo para abrir os olhos do país para o que está ocorrendo no campo ambiental na fronteira Brasil-Bolívia. A EBX, de Eike Batista, foi acusada de desrespeitar a legislação ambiental da Bolívia. Bom, agora Eike atravessou a fronteira. Sua EBX está em Corumbá pleiteando uma licença ambiental para se instalar no lado brasileiro. Ou seja, virou uma questão interna do Brasil. E o que está ocorrendo por lá exige no mínimo um holofote amplo da mídia - Luiz Nassif (FSP).

- A ofensiva para mobilizar a opinião pública contra as petroleiras estrangeiras incluiu a divulgação, por jornais e TVs bolivianos, dos salários dos executivos que trabalham no país, entre os quais o presidente da Petrobras local, José Fernandes Freitas. O presidente de Repsol ganha 27 vezes mais que o presidente da República". O dirigente da petroleira espanhola tem salário equivalente a US$ 50 mil, enquanto Evo Morales, presidente boliviano, recebe US$ 1.870 -ele reduziu seus vencimentos em 50% depois que assumiu o cargo, em janeiro deste ano.O presidente da Petrobras recebe um salário de US$ 17,5 mil por mês, segundo os dados publicados pelo jornal (FSP).

- Não é de espantar que a nacionalização do setor de gás seja questão de honra para a população boliviana e de sobrevivência política para o presidente Evo Morales. Qualquer análise dos indicadores do país desemboca na importância do produto. O problema é que essa significância pode ser minada de forma drástica caso o gás boliviano perca espaço no Brasil, seu principal mercado de exportação -o que leva à conclusão de que Morales está colocando a economia sob risco (FSP).

- Assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia diferencia a política externa brasileira da pregação anti-EUA do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Não queremos na América Latina um clima de Guerra Fria." Ele afirma que, na crise do gás, a Bolívia tem "menos alternativas" do que o Brasil, pois não teria como vender seu produto a outro país (FSP).

- O Uruguai, sócio menor do Mercosul, encontrou a fórmula para se diferenciar dos seus parceiros e acelerar seu próprio desenvolvimento: assumir o capitalismo em atos e discursos, apesar de, paradoxalmente, ter há 14 meses um presidente socialista, Tabaré Vázquez (FSP).

- A surpresa dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e do argentino Néstor Kirchner com a nacionalização do gás boliviano demonstrou que algo não vai bem entre os líderes da esquerda latino-americana. O boliviano Evo Morales nem avisou previamente os colegas. Quem soube da medida antes - e a aprovou - foi o venezuelano Hugo Chávez.As últimas semanas foram ricas em desmentir que um bloco unido com afinidades à esquerda estava surgindo na América Latina (FSP).

- O susto dado pelo presidente boliviano Evo Morales ao nacionalizar a exploração de gás e petróleo na segunda-feira não foi só no Itamaraty. Foi também em seu equivalente norte-americano, o Departamento de Estado, e em sua titular, Condoleezza Rice. A diferença, porém, é que no caso norte-americano o sobressalto foi genuíno: sob George W. Bush, os EUA ignoravam a existência da América Latina (FSP).

- As recriminações começaram quase imediatamente depois de a queda de uma ponte ter obrigado o governo do presidente Hugo Chávez Frías a fechar a única rodovia que liga o maior aeroporto da Venezuela à capital do país, em janeiro. Os adversários de Chávez o acusaram de desperdiçar a riqueza petrolífera nacional em projetos de motivação política no exterior, ao mesmo tempo em que deixa de lado necessidades de infra-estrutura de seu país (FSP).

segunda-feira, maio 01, 2006

Arquivo Maio 2006 - 1ª semana

06/05 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que, se houver aumento do preço do gás comprado da Bolívia, o custo não será bancado pela população brasileira. Segundo Lula, que deverá anunciar oficialmente no mês que vem que disputará a reeleição, o eventual aumento do preço do gás será absorvido pela Petrobras (FSP).

- Questionado sobre a declaração do presidente Lula, segundo a qual se o preço do gás subir a empresa é que arcaria com o custo -e não os consumidores-, o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, disse não acreditar em aumento no preço do gás estabelecido no contrato assinado com o governo boliviano. Ou seja, a Petrobras não sofrerá com um potencial aumento de custos (FSP).

- O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou ontem, por meio de nota, que não há contradição entre as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que aceita uma negociação do preço do gás importado da Bolívia e a posição da Petrobras de não aceitar um reajuste (FSP).

- Apesar do discurso mais suave do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo brasileiro já decidiu que não aceitará aumento no preço do gás boliviano se não forem alteradas regras no contrato entre os dois países para compensar a Petrobras (FSP).

- A reportagem da Folha localizou ontem à tarde a equipe de 28 técnicos que a gigante venezuelana PDVSA mantém desde a semana passada em Santa Cruz de la Sierra, cidade que concentra as sedes das principais multinacionais em operação na Bolívia e algumas instalações importantes -como a refinaria da Petrobras Guillermo Elder Bell, a maior do país e nacionalizada pelo decreto da última segunda (FSP).

- Numa demonstração da escalada da crise diplomática entre uruguaios e argentinos, o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, levou ontem 19 governadores e parte do seu gabinete à fronteira do Uruguai para um ato político contra a instalação de duas multinacionais de papel no país vizinho (FSP).

- O ministro da Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que o governo brasileiro não está "jogando para a platéia" na crise gerada pela nacionalização do gás boliviano e defendeu o diálogo. (FSP)

05/05 - Os presidentes de Brasil, Bolívia, Argentina e Venezuela tentaram mostrar ontem que não estão em pé de guerra por conta da crise gerada pela nacionalização do gás boliviano. Em meio ao imbróglio diplomático, todos voltaram a dizer que respeitam a decisão soberana da Bolívia e que conseguiram o compromisso boliviano de que não haverá interrupção no fornecimento de gás. Mas eles não tocaram em dois dos pontos mais sensíveis para os envolvidos no conflito: qual será o preço do combustível e o que acontecerá com os bens e investimentos da Petrobras no país vizinho (FSP).

04/05 - Em tom mais duro do que o do governo Lula, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, anunciou ontem a suspensão de novos investimentos da empresa na Bolívia e afirmou que não aceitará aumento de preço do gás natural imposto pelo país (FSP).

- A reunião em Puerto Iguazú serviu para quase nada, exceto talvez demarcar as diferenças de interesses na mesa. Sobressaiu-se, como sempre, a colorida e cada vez menos folclórica retórica do venezuelano Hugo Chávez - Igor Gielow (FSP).

- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou, há mais de um mês, carta a seu colega boliviano Evo Morales, na qual tratava, de forma abrangente, as relações Brasil/Bolívia, passando, inexoravelmente, pela questão do gás. Nem recebeu resposta (FSP).

- O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou ontem que a Petrobras faz "chantagem" ao afirmar que não fará novos investimentos no país vizinho devido ao decreto que nacionalizou as reservas de petróleo e gás (FSP).

- Anteontem à noite, o governo boliviano anunciou o aumento de 13,6% no salário mínimo, que passou de 440 para 500 bolivianos, o equivalente a US$ 62,50. Antes, já havia melhorado os salários dos funcionários da saúde pública e dos professores e reajustado em cerca de 5% as aposentadorias (FSP).

- Cidades bolivianas na fronteira com o Brasil, próximo a Corumbá (MS), vivem desde anteontem à noite um confronto entre a etnia colla -que apóia a decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de expulsar do país a siderúrgica brasileira EBX- e a etnia camba, contrária à medida tomada no início de abril, antes da nacionalização do gás (FSP).

- Três dias depois do decreto da nacionalização, a Petrobras Bolívia ainda não sabia ontem de que forma acatará várias medidas do governo, como a elevação da tributação de 50% para 82%. A empresa afirma que nenhuma de suas operações no país foi afetada até agora e que está estudando uma ação na Justiça boliviana contestando a constitucionalidade das medidas (FSP).

- O norte-americano foi mais cuidadoso, o uruguaio, mais efusivo. O encontro de uma hora que os presidentes George W. Bush e Tabaré Vázquez tiveram ontem pela manhã na Casa Branca produziu pelo menos um resultado concreto: ambos os países concordaram em ampliar suas relações comerciais (FSP).

- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às críticas que recebeu de vários setores nos últimos dias, entre especialistas e empresários, segundo as quais o governo não reagiu com a dureza necessária contra a decisão da Bolívia de nacionalizar suas jazidas de gás. "Não sei qual é a solução concreta que os críticos desejam." Em seguida, defendeu a integração sul-americana, a soberania de cada país e disse que "o Brasil não quer hegemonia, mas parceria" (FSP).

- O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, rebateu ontem as críticas de que a política externa do Brasil é equivocada e as classificou de "oportunistas" (FSP).

- Um dos principais críticos ao governo Hugo Chávez, Teodoro Petkoff, 74, dono do jornal "Tal Cual" e candidato à Presidência da Venezuela, reconhece que a oposição fez "pouco de bom" para oferecer alternativas no país - Entrevista (FSP).

- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou ontem a retirada de seu embaixador no Peru, em reação à decisão de Lima de chamar seu representante em Caracas, na última segunda-feira (FSP).

- O Tribunal de Contas da União aprovou ontem a realização de auditoria, com acompanhamento permanente, do patrimônio público brasileiro, incluído o administrado pelas estatais, na América Latina (FSP).

- Brasil e Bolívia terão a partir de agora um duro enfrentamento na negociação do preço do gás. O governo de Evo Morales quer elevá-lo em cerca de 45%, o que significaria US$ 8,00 o milhar de metro cúbico para o consumidor final. Hoje, o gás chega a São Paulo a um preço próximo de US$ 5,50 o milhar de metro cúbico (FSP).

- Há um evidente exagero em julgar a política externa brasileira pelo episódio Evo Morales. A política externa brasileira não elegeu Morales e, provavelmente, facilitará nos próximos contatos com ele. Só daqui a 40 dias -quando terminarem as eleições para a nova Constituinte, razão maior para os últimos atos de Morales- se saberá com clareza o que ele quer e se a política externa brasileira em relação à Bolívia renderá frutos positivos ou não - Luiz Nassif (FSP).

- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiou ontem a decisão do boliviano Evo Morales de nacionalizar as reservas de gás de seu país e disse que não existe nenhuma crise entre os dois países (FSP).

- O governo boliviano tem utilizado funcionários da estatal venezuelana PDVSA para fazer levantamentos técnicos e vistoriar as operações de empresas multinacionais que atuam no país, segundo avaliação interna da Petrobras Bolívia, que vê uma "predominância" dessa empresa na debilitada YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), a estatal boliviana (FSP).

- Na véspera de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o venezuelano Hugo Chávez desembarcou ontem à noite em La Paz, capital da Bolívia, para dar uma forte declaração de apoio à decisão de seu colega Evo Morales de nacionalizar a exploração de gás e petróleo, que afeta em cheio a brasileira Petrobras (FSP).

- O governo brasileiro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou seus assessores mais próximos, pretende reclamar hoje ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, do que considera "jogo duplo" deste, ao propor um megaprojeto de integração regional (o gasoduto de Puerto Ordaz ao rio da Prata), ao mesmo tempo em que estimula a nacionalização do gás boliviano, em prejuízo do Brasil (FSP).

- Coerente com a falta de política do governo Bush para a América Latina, os Estados Unidos demoraram dois dias para reagir à nacionalização do gás na Bolívia. Mesmo assim, indiretamente. A secretária de Estado, Condoleezza Rice, citou o perigo de "demagogos e autoritários" no continente, em discurso em reunião no Conselho das Américas, ontem pela manhã, em Washington (FSP).

- Na véspera do encontro do presidente Evo Morales com seu colega brasileiro, o ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Andrés Soliz, disse que, caso a Petrobras Bolívia e outras empresas nacionalizadas não cheguem a um acordo satisfatório com o governo, haverá expropriações. É a primeira vez que um alto funcionário do governo admite abertamente essa possibilidade (FSP).

- Uruguai e Paraguai negociam uma reformulação no Mercosul para permitir que, como membros mais pobres, possam atrair investimentos externos importantes em suas economias. Enquanto Brasil e Argentina têm realizado freqüentes reuniões bilaterais, eles já promovem contatos paralelos (FSP).

- Na véspera de se encontrar com George W. Bush, o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, indicou que assinará acordo comercial com os EUA (FSP).

- Vicente Brito, ex-presidente da maior entidade empresarial da Venezuela, a Fedecámaras, lançou sua candidatura às eleições presidenciais de dezembro, informou ontem o jornal "El Universal" (FSP).

03/05 - A Petrobrás cancelou nesta quarta-feira investimentos adicionais na expansão do gasoduto Brasil-Bolívia, mas evitou falar em retaliação dois dias após o decreto de nacionalização de ativos de gás e petróleo no país vizinho (UOL).

01/05 - A Bolívia decidiu nacionalizar a exploração dos negócios de petróleo e gás no país. O presidente Evo Morales ordenou a ocupação pelo Exército dos campos de produção das empresas estrangeiras no país, entre elas a estatal brasileira Petrobras (FSP).

- O ministo de Minas e Energia, Silas Rondeau, classificou de "inamistoso" o decreto do presidente da Bolívia, Evo Morales, que determinou a nacionalização da exploração de petróleo e gás natural no país (Folha Online).

- O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou hoje que com diplomacia o Brasil chegará a uma solução com o governo boliviano, que hoje decretou a nacionalização das suas reservas de petróleo e gás natural (Folha Online).

- O Uruguai está se preparando para renunciar à sua condição de membro pleno do Mercosul e passar a ser um parceiro comercial do bloco, anunciou nesta segunda-feira o presidente do país, Tabaré Vázquez (Terra).

- Ditadores e líderes populistas têm muita coisa em comum. Ambos precisam de inimigos externos para justificar as mazelas nacionais. Ameaças estrangeiras também servem para buscar unidades patrióticas e justificar restrições à liberdade dos locais. Os estrangeiros são os culpados, mas são os nacionais que perdem liberdades. Dessas ideologias e práticas resultam mitos conhecidos: a América Latina sofre de atraso histórico por causa dos Estados Unidos e é preciso livrar-se dos gringos para se desenvolver. Por isso, por exemplo, acordos de livre comércio com os EUA são como se atirar na boca do tigre imperialista.

- Ditadores e líderes populistas têm muita coisa em comum. Ambos precisam de inimigos externos para justificar as mazelas nacionais. Ameaças estrangeiras também servem para buscar unidades patrióticas e justificar restrições à liberdade dos locais. Os estrangeiros são os culpados, mas são os nacionais que perdem liberdades. Dessas ideologias e práticas resultam mitos conhecidos: a América Latina sofre de atraso histórico por causa dos Estados Unidos e é preciso livrar-se dos gringos para se desenvolver. Por isso, por exemplo, acordos de livre comércio com os EUA são como se atirar na boca do tigre imperialista - Carlos Alberto Sardenberg (Estadão).

sexta-feira, abril 28, 2006

Arquivo Abril 2006 - 5ª Semana

30/04 - Um eixo Caracas/Brasília/Buenos Aires, a ser estruturado em torno do mega-gasoduto que iria de Puerto Ordaz (Venezuela) ao rio da Prata (Argentina), passando pelo Brasil, não é exatamente uma idéia nova. Em 2004, quando o BNDES era chefiado por Carlos Lessa, então o nicho nacionalista do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente do banco, Darc Costa, sonhava com o que chamava de "eixo do bem", e dizia à Folha: "Se houver o alinhamento Caracas/Brasília/Buenos Aires, o resto da América do Sul cai por gravidade". A novidade nessa história está dada pelo presidente que agora toma a iniciativa de reapresentar, com uma roupagem mais concreta ou mais megalomaníaca, segundo os críticos, o eixo supostamente do bem. Chama-se Hugo Chávez Frias, preside a Venezuela, e não o Brasil (FSP).

- Agora é a vez das Malvinas. Durante as comemorações dos 24 anos da guerra pela soberania das ilhas, o presidente argentino, Néstor Kirchner, pediu ao Reino Unido que abrisse negociações "de boa-fé" sobre a soberania do arquipélago. "Queremos recuperar as ilhas pela via do diálogo, da diplomacia e da paz, o que não significa que abaixaremos a cabeça."(FSP)

- O jornalista Edgardo Esteban, 43, lutou nas Malvinas quando tinha 19 anos. No livro "Malvinas -Diario del Regreso", conta sua história, que também inspirou o filme "Iluminados Pelo Fogo".(FSP)

- "Iluminados Pelo Fogo" começa com uma tentativa de suicídio, na Argentina, nos dias de hoje. Vargas (Pablo Ribba), um homem de 40 anos que combateu na Guerra das Malvinas quando tinha 18, está internado após tentar pôr fim à sua vida. Inspirado nas memórias do ex-combatente Edgardo Esteban, o filme será exibido em São Paulo, no Memorial da América Latina, no dia 25 de maio, com a presença do diretor Tristán Bauer. No segundo semestre, entra em cartaz no circuito comercial.(FSP)

29/04 - Depois das gestões feitas pelo Itamaraty junto aos governo da Bolívia para reabrir conversações com companhias brasileiras, o empresário Eike Batista, da EBX, recuou ontem de sua decisão de deixar o país e anunciou que aceita renegociar seu contrato com os bolivianos. Admitiu, inclusive, pagar impostos não previstos originalmente (FSP).

- Em protesto contra a expulsão, pelo governo da Bolívia, da siderúrgica brasileira EBX, empresários, comerciantes e políticos bolivianos fecharam novamente ontem a fronteira com o Brasil, em Arroyo Concepción, na divisa com a cidade brasileira de Corumbá - MS (FSP).

- Apesar dos desafios técnicos e políticos, o projeto do gasoduto Venezuela-Brasil-Argentina é viável, já que o gás chegará a Buenos Aires a no máximo US$ 30 o barril equivalente ao do petróleo, cifra competitiva até mesmo com os cenários mais otimistas traçados para o preço futuro do petróleo, avalia Ildo Sauer, diretor de Gás e Energia da Petrobras. Idealizador do projeto, Sauer disse, em entrevista à Folha, que o maior desafio será o "político", e não o técnico, embora existam dificuldades como cruzar o maciço das Guianas e o rio Amazonas. Já especialistas ouvidos pela Folha apontam ao menos três entraves: a viabilidade econômica do projeto, os problemas ambientais e a dificuldade atual em precisar as reservas de gás da Venezuela (FSP).

- A disputa retórica entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e Alan García, candidato à Presidência do Peru, ganhou força ontem, com nova troca de acusações entre os dois lados.
A briga começou depois que García chamou os presidentes Evo Morales (Bolívia) e Chávez de "meninos malcriados" por terem manifestado oposição ao tratado de livre comércio entre o Peru e os EUA, anteontem (FSP).

28/04 - A crise Brasil-Bolívia é um caso típico de diplomacia condescendente e empresas arrogantes, com comportamento típico de velhas potências coloniais. Essa é a visão de um experiente negociador brasileiro do setor privado, que passou por inúmeros países de Terceiro Mundo - Luís Nassif (FSP).

- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou com os colegas Hugo Chávez, da Venezuela, e Néstor Kirchner, da Argentina, do "nível de agressividade" do boliviano Evo Morales contra empresas brasileiras, notadamente a Petrobras e a EBX, do empresário Eike Batista (FSP).

- Longe das frases de efeito do presidente Hugo Chávez, a reunião do trio formado por ele e os colegas Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner em São Paulo teve um tom de reprimenda à "espaçosa" atuação do venezuelano no continente e no Mercosul. Kirchner e Lula pediram a Chávez moderação em declarações e gestos sobre países que mantêm problemas com o Brasil e Argentina, como Bolívia e Uruguai. Criticaram a aspiração do venezuelano em se apresentar como mediador entre os sócios do Mercosul (FSP).

- A estatal de petróleo da Venezuela, a PDVSA, planeja aumentar os royalties e o imposto de renda cobrado das empresas que exploram petróleo pesado na Faixa do Orinoco, de acordo com o jornal venezuelano "El Universal". Os planos são de aumentar os royalties de 16,66% para 30%, e o imposto de renda de 34% para 50% (FSP).

- Em reunião aberta, a população de Puerto Suárez, na Bolívia, decidiu ontem iniciar greve por tempo indeterminado para protestar contra a saída da empresa brasileira EBX da região, após pressão do governo do presidente Evo Morales (FSP).

27/04 - Desenganada até pelo candidato a vice-presidente de sua chapa, a direitista Lourdes Flores resistia ontem em admitir a derrota para o ex-presidente de centro-esquerda Alan García e decidiu entrar com um recurso na Justiça Eleitoral contestando a contagem de cerca de 600 atas eleitorais (FSP).

- A questão do gasoduto que integrará toda a América Latina é mais um daqueles temas complexos, porém fundamentais, que exigem aprofundamento da discussão. Obra faraônica, com baixa relação custo/benefício, predadora do ambiente, ou a mais importante obra de integração econômica do continente? Obra que consolidará as relações entre os países ou que será destruída pela instabilidade política do continente? - Luís Nassif (FSP).

26/04 - O empresário Eike Batista oficializou ontem a saída de sua empresa, a EBX, da Bolívia. A desistência do projeto de instalação de uma usina siderúrgica na fronteira com o Brasil acarretará um prejuízo de, ao menos, US$ 20 milhões à EBX, segundo Batista (FSP).

- A Venezuela iniciou exercícios militares para práticas de defesa de sua costa e campos de petróleo em caso de uma eventual invasão estrangeira, afirmou o vice-almirante Armando Laguna. Segundo ele, 10 mil militares da ativa e 3.500 civis e reservistas irão participar dos exercícios, que tiveram início no começo deste mês e incluem manobras com aviões, barcos e helicópteros (FSP).

- Virtual adversário do fenômeno Ollanta Humala no segundo turno das eleições peruanas, o ex-presidente de centro-esquerda Alan García, 56, descartou atender às pressões para negociar a formação de uma frente de oposição ao candidato nacionalista e agora quer avançar sobre os eleitores que optaram por ele no primeiro turno(FSP).

25/04 - O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, chega a São Paulo hoje para se reunir com Luiz Inácio Lula da Silva para tentar demonstrar que há sintonia entre os dois maiores sócios do Mercosul, quando o bloco chega a um ponto agudo de sua crise, agravada pela "guerra das papeleiras" (FSP).

- O Peru protestou ontem "energicamente" contra declarações recentes do presidente da Bolívia, Evo Morales, que qualificou de "traidor" seu colega peruano, Alejandro Toledo, por assinar um tratado de livre comércio com os EUA FSP).

- O presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, destituiu ontem a cúpula das Forças Armadas e do Batalhão de Escolta Presidencial, em reação a críticas da oposição contra seu governo (FSP).

- Quinze dias depois da eleição presidencial peruana, um porta-voz da campanha de Lourdes Flores finalmente admitiu ontem a derrota para o ex-presidente de centro-esquerda Alan García, 56, virtual adversário do nacionalista Ollanta Humala (FSP).

- Dois parlamentares do MAS (Movimento ao Socialismo), partido do presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmam que, além da siderúrgica do grupo EBX do Rio de Janeiro, "mais de uma centena de empresários brasileiros" são ilegalmente donos de terras em território boliviano, na fronteira com o Brasil. Os parlamentares querem a retomada das áreas e a retirada dos brasileiros do local (FSP).

- O governo boliviano não mudou a sua decisão de expulsar a siderúrgica brasileira EBX do país, informou a Agência Boliviana de Informação ontem à noite, após encontro entre o presidente Evo Morales e representantes do Departamento de Santa Cruz, onde a empresa está instalada (FSP).

24/04 - Depois de ter prometido expulsar a siderúrgica brasileira EBX do país ao longo da semana passada, o presidente boliviano, Evo Morales, receberá hoje, em La Paz, representantes do Departamento de Santa Cruz favoráveis à permanência da empresa para discutir o assunto (FSP).

23/04 - Entrevista: Principal articulador político de Evo Morales, o ministro da Presidência, Juan Ramon Quintana, atribui a onda de protestos a líderes sindicais corruptos e radicais e diz que as reformas estão atrasadas por causa da herança do Estado neoliberal (FSP).

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Líder da bancada do partido Podemos, a segunda maior do Congresso, e principal força opositora, o deputado Fernando Mesmer diz que Evo Morales está seguindo a receita do colega venezuelano, Hugo Chávez, ao tentar aparelhar o Estado (FSP).

Arquivo Abril 2006 - 4ª Semana

22/04 - O Uruguai anunciou ontem que tem o apoio do Brasil e do Paraguai para levar para o Mercosul a "guerra das papeleiras" que trava com a Argentina, deixando a Casa Rosada isolada ao dizer que o problema é "exclusivamente bilateral" (FSP).

- O presidente da Bolívia, Evo Morales, ameaçou ontem expulsar do país a siderúrgica brasileira EBX, se ela não se retirar voluntariamente. "A EBX só tem dois caminhos: abandonar voluntariamente o país ou ser expulsa pelo governo local", disse Morales (FSP).

- O FMI demonstrou preocupação ontem com o atual ciclo eleitoral na América Latina e com um possível descontrole nos gastos públicos na região. Apesar das previsões otimistas em termos de crescimento, países com Argentina e Venezuela também estão ingressando em uma nova fase de descontrole inflacionário (FsP).

- A Corte Suprema do Chile retirou novamente o foro privilegiado do ex-ditador Augusto Pinochet (1973-90), para ampliar o processo que enfrenta pelos crimes da Operação Colombo (FSP).

- Uma paralisação geral convocada pela Central Operária Boliviana contra o governo do presidente Evo Morales fracassou ontem, sem o apoio crucial dos professores e com pouca participação nas principais cidades (FSP).

- O social-democrata Alan García, consolidou ontem a vantagem sobre a direitista Lourdes Flores na apuração das eleições presidenciais de 9 de abril no Peru, podendo se tornar o rival do nacionalista Ollanta Humala no segundo turno (FSP).

21/04 - A Venezuela disse ontem que teve lucro de US$ 120 milhões com a venda de títulos da dívida argentina no último ano, durante o qual comprou US$ 2,3 bilhões desses papéis no total (FSP).

- Em oposição aos movimentos uruguaios para regionalizar a chamada "guerra das papeleiras" e angariar simpatias dos sócios do Mercosul, o chanceler argentino, Jorge Taiana, afirmou ontem que se trata de um problema "exclusivamente bilateral" e que o presidente argentino, Néstor Kirchner, jamais falou sobre o tema com Luiz Inácio Lula da Silva (FSP).

- O representante dos EUA na Organização dos Estados Americanos (OEA), embaixador John Maisto, disse ontem, em Brasília, que vê risco de Bolívia e Peru abandonarem a democracia, caso seus novos governos optem pelo o que chamou de "populismo propagandista" (FSP).

20/04 O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, cobrou do Mercosul uma resposta aos bloqueios da fronteira uruguaia por ambientalistas argentinos e afirmou que, "assim como está", o bloco "não serve" a seu país (FSP).

- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fecha hoje, em Curitiba, uma série de reuniões de empresários de seu país que viajaram ao Paraná em busca do mercado do Sul do Brasil.
Os venezuelanos querem vender produtos petroquímicos, de telecomunicações, de construção civil, de siderurgia e de material plástico (FSP).

- O presidente venezuelano Hugo Chávez disse na quarta-feira em Assunção, no Paraguai, que a Comunidade Andina de Nações (CAN) está morta, "que só serve às elites e às multinacionais". E que seu país vai abandonar o bloco, para apostar no Mercosul, que "precisa de uma transformação" (FSP).

- O jornalista venezuelano Teodoro Petkoff, um dos maiores opositores ao presidente Hugo Chávez, lançará hoje sua candidatura à Presidência do país, em eleições marcadas para 3 de dezembro, afirmou ontem um dos organizadores de sua campanha (FSP).

- Três ministros bolivianos que haviam sido tomados como reféns na noite de terça-feira por moradores da cidade de Puerto Suárez, na fronteira com o Brasil, foram libertados ontem por policiais após 12 horas de seqüestro. Os ministros Carlos Villegas (Planejamento), Celinda Sosa (Desenvolvimento Econômico) e Walter Villarroel (Mineração) foram retidos como medida de pressão para que o governo do presidente Evo Morales autorize o funcionamento da siderúrgica brasileira EBX na região (FSP).

19/04 - Um grupo de comerciantes da cidade argentina de Colón (320 km de Buenos Aires) pôs fogo ontem nas barricadas feitas pela assembléia ambiental de moradores do município que interrompia o trânsito no trecho entre a Argentina e o Uruguai (FSP).

- Depois de promover o projeto de um megagasoduto para interligar Venezuela, Brasil e Argentina, o presidente venezuelano Hugo Chávez estará hoje em Assunção, no Paraguai, para se oferecer como sócio de um outro empreendimento energético: a construção de um gasoduto entre a Bolívia, o Paraguai e o Uruguai (FSP).

- Principal esperança da direitista Lourdes Flores, a chegada dos votos depositados por peruanos no exterior encurtou mas não reverteu a pequena vantagem em favor do ex-presidente de centro-esquerda Alan García, que já tem falado como o adversário do nacionalista Ollanta Humala no segundo turno (FSP).

- Uma entidade venezuelana de monitoramento eleitoral apoiada pelos EUA, a Súmate, lançou ontem um apelo para que os partidos e grupos de oposição ao presidente Hugo Chávez participem em 16 de junho de eleições primárias, para definir o candidato que disputará as eleições presidenciais de dezembro (FSP).

- A vitória de Ollanta Humala no primeiro turno das eleições peruanas deu novo gás a um equívoco, cometido principalmente na mídia do Norte: aquele que diz que há uma onda de esquerda na América Latina. O jogo não é novo nem seu nome é esquerda, mas mudança - Clóvis Rossi (FSP).

18/04 - A Venezuela vai completar a recompra de US$ 3,9 bilhões em títulos "brady" até o fim de maio. O país produtor de petróleo vem aumentando sua arrecadação devido à alta dos preços da commodity e, com isso, tem reduzido sua dívida (FSP).

- A Braskem, uma das maiores empresas brasileiras do setor petroquímico assinou ontem um acordo com a Pequiven, subsidiária da petrolífera venezuelana PDVSA, para implantar um pólo petroquímico na Venezuela. Os investimentos estão estão estimados entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2,5 bilhões e deverão ser feitos meio a meio pelas duas companhias (FSP).

- A chefe do serviço de contagem de votos do Peru, Magdalena Chu, disse ontem que os peruanos só saberão no final do mês se o ex-presidente Alan García ou se a direitista Lourdes Flores irá enfrentar o candidato nacionalista Ollanta Humala no segundo turno presidencial (FSP).

17/04 - Estimuladas pela grande imprensa peruana e à espera do final da apuração, as campanhas de Lourdes Flores e de Alan García passaram o fim de semana ensaiando uma frente comum no segundo turno contra o candidato nacionalista Ollanta Humala. A apuração, que chegou ao oitavo dia ontem, prosseguiu em ritmo lento ao longo do feriado da Semana Santa, com uma ligeira recuperação de Flores: apurados 89,5% dos votos até ontem à tarde, a direitista estava com 23,5%, contra 24,3% de García. A diferença agora é de apenas 0,8% -rompendo a barreira psicológica de 1% que predominou na semana passada-, o que corresponde a 95.619 eleitores (FSP).

- Sem respaldo popular e sem o apoio que tinham da Casa Rosada, os moradores da cidade argentina de Gualeguaychú (248 km de Buenos Aires) devem decidir hoje à noite se colocam fim ao bloqueio que mantém na principal passagem terrestre do país com o Uruguai (FSP).
16/04 - O recrudescimento da crise diplomática entre Uruguai e Argentina nos últimos dias fez o Brasil procurar os sócios do Mercosul para tratar do tema e tentar destravar a chamada "guerra das papeleiras" -o conflito entre os vizinhos pela instalação, em território uruguaio, de duas multinacionais produtoras de celulose (FSP).

domingo, abril 09, 2006

Arquivo Abril 2006 - 2ª e 3a. Semanas

15/04 - O governo da Bolívia proibiu a siderúrgica do grupo brasileiro EBX, do empresário Eike Batista, de entrar em funcionamento. A usina deveria ativar neste mês um de seus quatro fornos na cidade boliviana de Puerto Quijarro, a 15 km de Corumbá (MS). Ontem, o vice-presidente boliviano, Alvaro Garcia, chamou a EBX de "empresa fantasma e ilegal" (FSP).

13/04 - Enquanto Alan García e Lourdes Flores disputam palmo a palmo quem irá ao segundo turno presidencial, e Ollanta Humala anunciava ontem que não pretendia se aliar a ninguém para a disputa, uma candidata já está rindo à toa: Keiko Fujimori, 30, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, é de longe a campeão de votos nas eleições para o Congresso -fechado por seu pai em 1992 (FSP).

12/04 - Uma manifestação com vaias e cornetas constrangeu ontem o presidente Lula e a primeira-dama, Marisa Letícia, durante os cerca de 15 minutos da cerimônia de chegada ao Palácio do Planalto da presidente chilena, Michelle Bachelet (FSP).

- A expectativa no Peru sobre quem vai disputar o segundo turno com o candidato nacionalista Ollanta Humala continua: no terceiro dia de apuração, o ex-presidente de centro-esquerda Alan García, 56, aumentou sua ligeira vantagem sobre a direitista Lourdes Flores, 46, mas a pequena distância entre os dois mantém o resultado indefinido (FSP).

11/04 - A contagem de votos e as projeções feitas por institutos de pesquisa apontam uma diferença minúscula entre o ex-presidente de centro-esquerda Alan García e a direitista Lourdes Flores.Com 80,3% das urnas apuradas até a conclusão desta edição, a distância entre os dois era de 0,9% a favor de García, que, ao longo do dia, conseguiu superar Flores. O ex-presidente registrava 24,9% contra 24% da candidata da Unidade Nacional. Humala aparecia na frente, com 30,3%, e declarou-se vencedor (FSP).

- Depois de a Venezuela ameaçar expulsar o embaixador dos EUA em Caracas, Washington respondeu que pode restringir a movimentação do representante venezuelano na capital norte-americana (FSP).

10/04 - O candidato nacionalista à Presidência do Peru, Ollanta Humala, confirmou seu favoritismo e assegurou uma vaga no segundo turno nas eleições de ontem, mas o seu adversário continua indefinido entre a direitista Lourdes Flores e o ex-presidente de centro-esquerda Alan García, segundo projeção baseada em 59,2% das mesas de votação (FSP).

- O candidato nacionalista Ollanta Humala enfrentou ontem gritos de "assassino" e uma chuva de pedras e paus vindos de um pequeno, mas violento protesto que o esperava no centro de votação da Universidade Ricardo Palma, em Lima (FSP).

- Perto de deixar o governo, o impopular presidente peruano, Alejandro Toledo, confirmou ontem que viajará a Washington nesta semana para assinar um controvertido tratado de comércio com os Estados Unidos (FSP).

- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou ontem expulsar do país o embaixador dos Estados Unidos, em meio a mais um episódio de tensão entre Caracas e Washington (FSP).
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09/04 - Os peruanos vão hoje às urnas divididos entre três candidatos, após uma imprevisível campanha eleitoral marcada por uma intensa troca de acusações -a maior parte delas centrada no surpreendente Ollanta Humala (FSP).

- Na imprensa internacional, o candidato a presidente do Peru Ollanta Humala tem sido retratado como o representante da "onda de esquerda" sul-americana, sobretudo após visitas aos presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Néstor Kirchner (Argentina) ao longo da campanha. Já para os socialistas peruanos, ele repete o mesmo fenômeno que elegeu o ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), marcado pelo autoritarismo e pela corrupção (FSP).

08/04 - Depois de liderar a maior parte da campanha presidencial peruana, a candidata de direita Lourdes Flores, 46, passou as últimas semanas combatendo em duas frentes. De um lado, não conseguiu evitar que o candidato-surpresa, Ollanta Humala, lhe tomasse o primeiro lugar. Do outro, tentou se defender do terceiro colocado, o ex-presidente Alan García, que a fez seu alvo preferencial e conseguiu colar-lhe o rótulo de "candidata dos ricos" (FSP).

- A Justiça chilena recusou duas acusações contra o ex-ditador Augusto Pinochet (1973-90) apresentadas como resultado de investigações sobre contas que ele mantém no exterior. As acusações rejeitadas foram de falsificar documentos do Ministério da Defesa e de emitir declarações de bens falsas. Estima-se que Pinochet tenha US$ 27 milhões em bancos de paraísos fiscais (FSP).

- O embaixador dos EUA na Venezuela, William Brownfield, foi expulso de uma cerimônia num subúrbio de Caracas, teve seu carro atingido por ovos e foi perseguido por 15 minutos por motoqueiros que gritavam frases favoráveis ao presidente Hugo Chávez (FSP).

- A Telefónica, empresa de telefonia espanhola, vai pagar US$ 370 milhões pelo controle da operadora Colombia Telecomunicaciones, a maior empresa de telefonia do país sul-americano (FSP).

- O Uruguai lançou nesta semana um título de sua dívida externa com vencimento em 30 anos, oferecimento que teve grande procura por parte de investidores internacionais em busca de retornos altos (FSP).

- O governo argentino fechou acordo com produtores e frigoríficos para baixar e congelar por um ano o preço de 11 cortes populares de carne. Em troca, a Casa Rosada anunciou que diminuirá as restrições à exportação do produto, que estão proibidas desde 13 de março (FSP).

- Depois de uma trégua frustrada, o Uruguai declarou ontem "encerradas" as negociações com a Argentina e afirmou que recorrerá ao Mercosul e ao Tribunal Internacional de Haia para resolver o conflito pela instalação de duas multinacionais fabricantes de celulose no lado uruguaio (FSP).

- O superávit comercial do Chile mais que dobrou em março com relação a fevereiro devido aos preços do cobre -o principal produto de exportação do país-, que alcançaram seu recorde.O superávit do Chile aumentou para US$ 2,2 bilhões em março, o maior já registrado, disse ontem o Banco Central do Chile (FSP).

07/04 - A versão latino-americana do Fórum Econômico Mundial terminou ontem, em São Paulo, com um misto de inveja do crescimento da Ásia e indefinições a respeito de fórmulas para fazer a América Latina finalmente deslanchar o crescimento econômico."As razões para a falta de taxas de crescimento excitantes como as que vemos na Ásia estão relacionadas com a falta de investimentos em infra-estrutura e tecnologia", disse Luis Moreno, presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) durante discurso de encerramento do fórum ontem (FSP).

- Fora da campanha eleitoral peruana, o ex-presidente Alberto Fujimori dá mais uma prova de resiliência política: sua filha Keiko deve ser a deputada mais votada neste domingo. Anteontem à noite, os fujimoristas fizeram um animado encerramento de campanha, no qual apresentaram a nova mulher do "chino" e festejaram o 14º aniversário do fechamento do Congresso (FSP).

- Impedidos legalmente desde domingo de divulgar pesquisas eleitorais dentro do país, os dois principais institutos de opinião do Peru usaram agências internacionais ontem para publicar resultados divergentes, aumentando a incerteza sobre o pleito presidencial a três dias da votação (FSP).

06/04 - A dinâmica campanha presidencial peruana chega à reta final marcada por uma acirrada disputa entre a direitista Lourdes Flores e o ex-presidente Alan García em torno de quem vai enfrentar o candidato nacionalista Ollanta Humala no segundo turno, de acordo com a análise das últimas pesquisas de opinião."A luta até domingo está centrada em Flores e García (FSP).

- A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, lançou contra Hugo Chávez, da Venezuela, a "estratégia da inoculação". A idéia é criar uma frente contra o chavismo que funcione como injeção de antivírus (FSP).

- A morte de três irmãos seqüestrados em 23 de fevereiro gerou protestos ontem contra o crime e a corrupção policial em Caracas. John, 17, Kevin, 13, e Jason, 12, que tinham dupla nacionalidade -canadense e venezuelana-, foram encontrados mortos anteontem nas cercanias da capital. Eles haviam sido levados quando seu motorista parou numa falsa blitz. A família não pagou o resgate de US$ 4,5 milhões (FSP).

- Depois de cinco anos em cativeiro, o alemão Lothar Hintze foi libertado na terça-feira pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), segundo informou ontem o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha (FSP).

- O Comando Militar da Amazônia confirmou ontem um incidente entre soldados brasileiros e supostos guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), na localidade de Cucuí, no Amazonas (FSP).

- Mesmo com a exportações do produto proibidas desde 13 de março para forçar a queda do preço interno, a carne na Argentina subiu 3,4% em março e contribuiu para que a inflação geral do mês no país alcançasse 1,2% (FSP).

- A versão latina do Fórum Econômico Mundial que começou ontem em São Paulo foi anunciada como um evento voltado para tratar dos problemas dos países da região. Mas, pelo menos no primeiro dia, foi o avanço da China na economia mundial o centro dos debates (FSP).

05/04 - O populista Ollanta Humala, que lidera as intenções de voto para a eleição peruana deste domingo, disse que, se a candidata conservadora Lourdes Flores vencer as eleições, ela não ficará nem um ano no cargo. "Seria tirada pelo povo, como já aconteceu em outros países latino-americanos" (FSP).

- A versão latino-americana do Fórum Econômico Mundial começa hoje em São Paulo com a missão de discutir como promover o crescimento da economia da América Latina e aumentar a sua relevância no cenário mundial.Em 2004, a região alcançou uma taxa de crescimento de 5,6%, a maior desde 1980. No ano passado, cresceu 4,1%. Para este ano, a projeção é de um incremento de 3,8% do PIB (Produto Interno Bruto) dos países latino-americanos (FSP).

- À Petrobras não interessa transformar-se em uma prestadora de serviços no mercado boliviano, disse ontem o presidente da empresa brasileira, José Sérgio Gabrielli. "Nossa estratégia não é ser prestadora de serviços, é ser uma produtora de petróleo e gás" (FSP).

04/04 - Quem é Néstor Kirchner? Depende da hora, ou do minuto, em que se consulte a versão em espanhol da Wikipedia (http://www.wikipedia.com/), a enciclopédia aberta a atualizações on-line: ora o presidente argentino é descrito como "mal-educado e hegemônico" da "centro-direita" ou como alguém "da esquerda" de seu partido com "alto respaldo da população".A ferrenha disputa dos internautas fez a enciclopédia proibir ontem modificações no verbete dedicado ao chefe da Casa Rosada (FSP).

- O governo boliviano não expropriará nem confiscará ativos da Petrobras nem de nenhuma empresa no país, disse o presidente Evo Morales em Belo Horizonte, onde participou da abertura da reunião do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).Antes de discursar na cerimônia de abertura, Morales e alguns de seus ministros reuniram-se com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e autoridades brasileiras. Brasileiros e bolivianos conseguiram acertar uma visita das autoridades bolivianas ao Brasil em, no máximo, dez dias (FSP).

- O presidente Hugo Chávez apertou mais o controle do governo sobre os recursos de energia da Venezuela, cumprindo ameaças de punir empresas internacionais que resistam ao controle governamental sobre campos petroleiros.A Venezuela tomou o controle de dois campos de petróleo, da francesa Total e da italiana Eni, depois que as empresas se recusaram a cumprir uma exigência de transferir suas operações à estatal Petroleos de Venezuela, a PDVSA, anunciou ontem Rafael Ramirez, ministro venezuelano do Petróleo (FSP).

- Os investimentos na Argentina atingiram nível maior do que nos anos 90, mas o país não deverá continuar crescendo na velocidade de cruzeiro atual, de 9% anuais, disse ontem Felisa Miceli, ministra da Economia do país vizinho. O objetivo, diz ela, é não deixar o crescimento ser muito menor do que 7% (FSP).

03/04 - Apesar da posição confortável na corrida à reeleição, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, tem sofrido críticas duras sobre o laço de sua base política com as AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), grupo terrorista de extrema direita envolvido com o narcotráfico e responsável por dezenas de massacres nos últimos anos (FSP).

- O presidente da Bolívia, Evo Morales, declarou na noite de anteontem que não há mais suspeita de que Washington tivesse envolvimento no atentado a bomba contra um hotel no último dia 22(FSP).

- O candidato nacionalista Ollanta Humala encabeça a última pesquisa de divulgação autorizada para as eleições presidenciais no Peru, que ocorrem no próximo domingo, com 32% das intenções de voto levantadas pela Universidade de Lima. A conservadora Lourdes Flores (26,1%) e o social-democrata Alan García (23,7%) disputam uma vaga no provável segundo turno (FSP).

- banca internacional traça um cenário cor-de-rosa para a América Latina neste ano. As projeções do IIF (sigla em inglês para Instituto Internacional de Finanças), associação que agrega os grandes bancos internacionais, são que a região crescerá 4,1% neste ano. O cenário, em termos de crescimento, não é tão bom para o Brasil, que crescerá, na avaliação do IIF, 3,8%, a menor taxa entre as maiores economias da região (FSP).

02/04 - O Congresso do Equador aprovou uma lei que cria um imposto de 60% sobre "os lucros extraordinários" de empresas estrangeiras de petróleo operando no país. A legislação é uma alteração da proposta original do governo, que era de um imposto de 50%. O tributo pode render US$ 500 milhões a mais ao governo do Equador (FSP).

Arquivo Abril 2006 - 1ª Semana

01/04 - Joseph Stiglitz, 63, Prêmio Nobel de Economia, diz acreditar que o Brasil devia se inspirar na experiência de países emergentes que aparentemente encontraram o caminho para o crescimento -e desenvolvimento- sustentável. Douglas North, 86, outro ganhador do Nobel, diz que os economistas nem sequer conseguiram descobrir como o desenvolvimento "acontece" e que basear-se na história para escolher as políticas econômicas do presente não faz sentido (FSP).

quarta-feira, março 15, 2006

Arquivo Março 2006 - 2ª quinzena

31/03 - Ao demonstrar irritação com declarações feitas anteontem pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Solíz, voltou a defender um aumento da tributação sobre o gás vendido ao Brasil e disse que seu país tem outras opções para comercializar o produto. Negou, no entanto, que as negociações entre os países estejam paralisadas (FSP).

- Depois de duas baixas em sua equipe, a ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli, recebeu ontem o pedido de demissão do presidente do Banco de La Nación, principal banco público do país.Ricardo Lospinnato deixou a presidência do Nación na tarde de ontem. Os motivos não foram informados (FSP).

30/03 - Trabalhadores imigrantes da América Latina e do Caribe enviaram às suas famílias US$ 53,6 bilhões no ano passado, um aumento de 17% em relação ao total enviado em 2004 (FSP).

- O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ontem estar "preocupado" com a falta de "diálogo" e a interrupção das negociações com o governo boliviano sobre os investimentos da companhia e o futuro dos ativos da estatal brasileira naquele país.Gabrielli disse que atualmente as "negociações estão paralisadas", o que impede que a companhia realize investimentos programados na Bolívia -a estatal brasileira possui uma das maiores reservas de gás do país e das duas principais refinarias bolivianas, ameaçadas de reestatização (FSP).

29/03 - O ex-ministro da Economia da Argentina Roberto Lavagna afirma que a valorização do câmbio é um dos "erros e loucuras" que os países cometem em momentos de bonança nos mercados financeiros, como o atual.No raciocínio de Lavagna, a liquidez nos mercados causa "uma tendência de revalorizar artificialmente a moeda nacional, o tipo de câmbio, ainda que isso afete o crescimento" (FSP).

28/03 - A agenda do Mercosul é hoje refém da resolução do conflito entre Argentina e Uruguai por conta da construção de indústrias de celulose no lado uruguaio.A avaliação emerge de declarações do presidente da Comissão Permanente de Representantes do Mercosul, o ex-vice-presidente argentino Chacho Alvarez (FSP).

27/03 - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse ontem que poderia determinar a desapropriação de casas de pessoas que já possuam outras propriedades ou regular seu preço de modo a tentar resolver o déficit habitacional do país (FS).

- Em pesquisa divulgada ontem pelo jornal "La Tercera", 75% dos chilenos ouvidos concordaram que o Chile conceda à Bolívia um acesso ao oceano Pacífico, contanto que isso não implique cessão de território soberano (FSP).

- Os investimentos produtivos cresceram 30% no ano passado na Argentina, mostra estudo de órgão ligado ao Ministério da Economia do país. Os EUA foram a origem de aproximadamente 40% dos cerca de US$ 14 bilhões investidos em fábricas e melhorias ou na aquisição de empresas no mercado argentino (FSP).

- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou que o processo de entrada do país no Mercosul já está avançando bem e que solicitou pessoalmente que os negociadores venezuelanos concluam o mais rápido possível os trâmites técnicos para a admissão da economia venezuelana ao bloco sul-americano.De acordo com Chávez, o Mercosul (formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e que completou 15 anos anteontem) é uma ferramenta fundamental para a integração das economias desses países e para a formação de um bloco "forte" com uma estratégia política adequada e coordenada para enfrentar as pressões de forças hegemônicas (leia-se os Estados Unidos) (FSP).

26/03 - O Mercosul completa 15 anos hoje sem clima para baile de debutante. O aniversário do bloco coincide com mais uma da reincidentes crises. A disputa entre Argentina e Uruguai por causa da instalação de duas fábricas de papel na fronteira e a insatisfação do Uruguai e do Paraguai com o domínio dos sócios maiores, Brasil e Argentina, no processo de integração malograram os planos de comemorar a data (FSP).

- O Mercosul chegou aos 15 anos de existência com um disperso conjunto de mais de 70 grupos de discussão, mas com uma mirrada estrutura institucional de 25 funcionários internacionais, que não conseguem profissionalizar o processo de integração por causa das influências políticas. A especialista em integração e ex-consultora da Secretaria do Mercosul, Deisy Ventura, 38, doutora em direito da integração e Europa pela Universidade de Paris, diz em entrevista que o maior problema do Mercosul é a falta de permanência (FSP).

25/03 - Acabou a lua-de-mel entre o Brasil de Luiz Inácio Lula da Silva e a Bolívia de Evo Morales. Depois de semanas de retórica amistosa entre os dois países, o ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Andrés Solíz, criticou duramente ontem a Petrobras e o governo brasileiro e previu "as piores coisas que se pode imaginar" nas negociações sobre mudanças nos contratos de venda de gás com a Argentina e o Brasil -acusado de tratar a Bolívia como uma "semicolônia" (FSP).

- A presidente do Chile, Michelle Bachelet, virá ao Brasil para uma visita oficial nos dias 10 e 11 do mês que vem, afirmou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim. Ele esteve ontem no palácio de la Moneda, sede do governo chileno, onde discutiu uma saída para o mar para a Bolívia e questões energéticas envolvendo gás (FSP).

- O major general, Deogracias Fonseca Espinosa, de 98 anos, ex-presidente da Colômbia, e integrante da Junta Militar que governou o país entre 10 de maio de 1957 e 7 de agosto de 1958, morreu hoje, informaram fontes oficiais (UOL).

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Os guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) libertaram neste sábado dois policiais mantidos como reféns desde outubro de 2005, anunciou um representante do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) (UOL).

- O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o chileno José Miguel Insulza, disse que o terrorismo na America Latina e no Caribe é uma ameaça real e que pode perturbar as aspirações nacionais de criação de sociedades mais democráticas (paraiba.com.br).

24/03 - As autoridades bolivianas investigavam ontem os motivos de dois atentados contra hotéis de La Paz supostamente executados por um americano e uma uruguaia. As hipóteses variam desde de uma conspiração de Washington -aventada anteontem pelo presidente boliviano, Evo Morales,- a de que se trata de um ataque isolado idealizado por um desequilibrado mental (FSP).

- Hoje é feriado na Argentina. No afã de vincular seu nome ao drama dos desaparecidos durante a ditadura (1976-1983), o presidente Néstor Kirchner tomou a esquisitíssima decisão de transformar em dia festivo o 24 de março, data em que, há exatas três décadas, tinha início um governo militar responsável pelo desaparecimento de até 30 mil pessoas. Para a cientista política e ensaísta Beatriz Sarlo, 64, entretanto, é preciso chamar a atenção para o fato de que Kirchner, na verdade, não chegou a encarar de frente o regime. "Ele fez parte de um grupo de jovens militantes que se refugiou no interior do país", disse (Entrevista - FSP).

23/03 - Poderosas explosões atingiram dois hotéis em La Paz entre a noite de anteontem e a madrugada de ontem, matando duas pessoas. Uma uruguaia e um norte-americano supostamente com problemas mentais foram presos acusados de envolvimento no atentado. A participação de um cidadão dos EUA levou o presidente boliviano, Evo Morales, a insinuar o envolvimento de Washington no episódio (FSP).

- A ministra da Defesa da Argentina, Nilda Garré, autorizou ontem o pleno acesso a documentos e bases de dados das Forças Armadas que ajudem as investigações de violações dos direitos humanos cometidas na última ditadura militar. A decisão, anunciada na véspera de se completarem 30 anos do golpe militar de 24 de março de 1976, é uma reação ao escândalo provocado pela descoberta de que oficias de uma base da Marinha na província de Chubut espionavam funcionários do governo, políticos, sindicalistas e jornalistas (FSP).

- Terminamos com uma ofensa e uma injustiça." Assim o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, definiu ontem a reestatização dos serviços de água e esgoto da Grande Buenos Aires. A decisão foi tomada anteontem, por decreto, quando o governo reincidiu o contrato com a concessionária do serviço, Aguas Argentinas, controlada pelo grupo francês Suez. O governo argumentou não-cumprimento do acordo e má qualidade da água (FSP).

22/03 - Surpreendido pela promessa de um prefeito, que, numa audiência, prometeu se matar até 12 de julho caso a estatal petroleira boliviana YPFB não seja "refundada", o presidente Evo Morales anunciou que até essa data "nacionalizará" os recursos naturais (FSP).

- Treze militares da reserva tiveram sua prisão decretada ontem pela Justiça chilena. Eles foram vinculados ao assassinato e ao desaparecimento de 42 presos políticos em outubro de 1973, nas pequenas cidades de Copiapó e Calama. Entre as vítimas estavam dirigentes sindicais e jornalistas (FSP).

- No dia 22 de fevereiro, o presidente argentino Néstor Kirchner usou grande parte de seu discurso para criticar o serviços prestados pela concessionária Aguas Argentinas para depois concluir que o problema era a falta de rigor do Estado. O caso não é isolado. Já foi assim com o preço dos combustíveis, com o combate da inflação e, recentemente, com a carne. Desde o ano passado, com ameaça de inflação, que fechou 2005 em 12,3%, Kirchner começou a fazer discursos contra empresas que aumentaram os preços e pressionavam a alta do índice (FSP).

- A rescisão de contrato com a principal concessionária de saneamento básico da Argentina serviu para o presidente Néstor Kirchner se reafirmar como a antítese ao neoliberalismo exacerbado do ex-presidente Carlos Menem. Kirchner acusa Menem de ter arruinado e vendido o país (FSP).

21/03 - Às vésperas do 30º aniversário do golpe de Estado, dois oficiais de alta patente da Marinha da Argentina foram afastados dos cargos, acusados de participar de esquema de espionagem ilegal de integrantes do governo, incluindo a ministra da Defesa, Nilda Garré, além de militantes de direitos humanos e jornalistas. O escândalo estourou na sexta-feira, quando a ONG Cels (Centro de Estudos Legais e Sociais) denunciou à Justiça, com base num depoimento de um militar, o suposto trabalho de espionagem feito em uma base da Província de Chubut (sul do país) (FSP).

20/03 - Pesquisa divulgada ontem aponta que o candidato à Presidência do Peru Ollanta Humala, do Partido Nacionalista Peruano, voltou a liderar a disputa contra a candidata de centro-direita, a advogada Lourdes Flores. Segundo a sondagem do instituto Apoyo, 32% dos peruanos afirmaram que votarão no tenente-coronel da reserva na eleição que ocorre em 9 de abril. Flores, que poderá ser a primeira mulher a presidir o Peru, tem 28% das intenções de voto (FSP).

19/03 - O feriado o 24 de março, data de instalação da ditadura do país, que durou até 1983, já começa a valer na próxima sexta, quando o golpe faz 30 anos, e é parte da estratégia de Kirchner para fazer da efeméride um marco de sua gestão, colher dividendos políticos (há eleição em 2007) e também a simpatia de organismos de direitos humanos, na Argentina parte importante da mobilização social (FSP).

18/03 - A Procuradoria Geral da Bolívia solicitou anteontem ao Supremo Tribunal de Justiça autorização para processar três ex-presidentes por supostas irregularidades na assinatura de 107 contratos de exploração de gás natural firmados com empresas estrangeiras, entre as quais a brasileira Petrobras. O pedido inclui os ex-presidentes Gonzalo Sánchez de Lozada (1993-97 e 2002-3), Jorge "Tuto" Quiroga (2001-2) e Carlos Mesa (2003-5). Se condenados, podem pegar até 30 anos de prisão (FSP).

17/03 - A recuperação do candidato nacionalista Ollanta Humala e a queda da direitista Lourdes Flores nas pesquisas eleitorais provocou uma reviravolta e aumentou ainda mais a indefinição da sucessão presidencial peruana, a pouco mais de três semanas do primeiro turno, em 9 de abril (FSP).

- Após tramitação-relâmpago impulsionada pelo governo Kirchner, o Congresso da Argentina aprovou lei que transforma o dia 24 de março, data em que se instalou a ditadura no país (1976-1983), em feriado nacional. A nova lei começa a valer na semana que vem, quando o golpe completa 30 anos, e há ampla programação oficial para rechaçar os crimes cometidos por militares no período (FSP).

O líder da principal organização indígena equatoriana, Luis Macas, rejeitou o pedido do presidente Alfredo Palacio para encerrar os protestos contra as negociações de um tratado de comércio com os EUA que desde segunda-feira paralisam parte do país (FSP).

- O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, pediu ajuda ontem ao governo brasileiro para evitar que seu país dependa da Argentina no fornecimento de gás. O pedido veio junto com uma reclamação. Tabaré cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva maior presença de seu país nas discussões sobre os projetos de integração do continente, das quais participam apenas Lula e os presidentes da Argentina, Néstor Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez (FSP).

16/3 - O Irã acredita que a América Latina seja uma saída caso a ONU lhe imponha um embargo devido a disputa com os EUA por seu plano de desenvolvimento nuclear independente. O Irã só obteve três votos no conselho de 35 membros da Agência Internacional de Energia Atomica (AIEA), sendo um da Síria, que é um previsível aliado do Irã na região. E os outros dois da Venezuela e Cuba. A Venezuela têm dado sinais de que possivelmente não irá respeitar o embargo, caso este seja declarado pela ONU. O embaixador venezuelano em Teerã, Arturo Anibal Gallegos, deixou claro que a Venezuela está fortemente aliada com o Irã, e que levara a amizade dos dois países até as últimas conseqüências. (Último Segundo)

15/03 - A presidente chilena, Michelle Bachelet, visitará na próxima terça-feira (21) a Argentina em sua primeira viagem internacional como presidente do Chile para fortalecer uma "aliança política". Ela vai visitar o Uruguai por algumas horas e também virá ao Brasil no mês que vem. "Queremos manter as melhores relações com nossos países vizinhos", disse em seu primeiro encontro com a imprensa desde a posse no sábado (www.vermelho.org.br)

- O Mercosul atravessa a pior fase de sua história. A afirmação foi feita nesta quarta-feira ao jornal El Observador, de Montevidéu, pelo ministro de Economia e Finanças do Uruguai, Danilo Astori, explicando que o problema é resultado de uma "bilateralidade entre Brasil e Argentina e falta de exercício da liderança brasileira" (ESP)

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O prefeito de Río Negro (Uruguai), Omar Laffluf, dispôs o fechamento dos órgãos estatais amanhã, a partir das 15h30 locais, para que os funcionários do governo possam participar de uma mobilização a favor da construção de duas usinas de celulose em Fray Bentos, às margens do rio Uruguai. A mobilização será também um protesto contra os bloqueios realizados na Argentina e que impedem a passagem de veículos pelas pontes internacionais que interligam os dois países (Portal Latino Americano da Ansa)