13/05 - O presidente boliviano, Evo Morales, desdisse ontem tudo o que havia dito na véspera sobre o Brasil e a Petrobras, fez um discurso de suprema humildade na sua segunda entrevista coletiva em dois dias de Viena, transformou a Petrobras de "contrabandista" em "sócia" outra vez e usou o mais velho e desgastado recurso dos governantes: culpou "tergiversações" da mídia pelo confronto, ao menos retórico, com o Brasil e o "companheiro" Lula (FSP).
- A nacionalização dos ativos petrolíferos promovida de maneira espalhafatosa pelo presidente boliviano, Evo Morales, encerra pelo menos quatro lições úteis para a discussão da integração regional e desenvolvimento - Gesner Oliveira (FSP).
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou absolutamente só no Mercosul, ao menos na hipótese de uma reunião de cúpula do bloco sul-americano com seus parceiros da União Européia, uma tradição das três reuniões anteriores da cúpula maior, a dos europeus com o conjunto da América Latina/Caribe (FSP).
- A crise entre o Brasil e a Bolívia e o apoio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, a seu colega Evo Morales enterram o principal projeto da política externa do governo atual, a integração da América do Sul, afirma o embaixador Rubens Ricupero (FSP).
- A Igreja Católica colombiana ameaçou tacitamente de excomunhão os juízes da Corte Constitucional que descriminalizaram em casos específicos a prática do aborto no país (FSP).
12/05 - O presidente boliviano, Evo Morales, instalou uma metralhadora giratória verbal na manhã de ontem em Viena, com a qual atingiu principalmente a Petrobras, acusada de "contrabandista", e o governo de seu colega brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, cujos "colaboradores" teriam "bloqueado" as tentativas de Morales de se comunicar com Lula antes da nacionalização do gás, no dia 1º de maio. "Depois me procuraram imediatamente", ironizou o boliviano, com um leve sorriso no rosto cor de cobre de descendente de índios aymarás (FSP).
- A nacionalização das jazidas de gás e petróleo pelo presidente Evo Morales não surpreendeu. Antes e durante a campanha eleitoral para a Presidência da Bolívia, ele declarou que não se devia exportar o gás natural nas condições atuais e que as leis de hidrocarbonetos (gás e petróleo) tinham de ser modificadas de modo que o Estado boliviano receba 50%, e não 18% de impostos (FSP).
- O Congresso venezuelano divulgou ontem, em comunicado, a recomendação de que o Estado assuma o controle de projetos petrolíferos desenvolvidos por empresas multinacionais no país, como a Chevron e a ExxonMobil, instaladas na bacia do rio Orinoco (FSP).
- O chanceler brasileiro, Celso Amorim, transmitiu ontem à noite aos jornalistas a "indignação" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os comentários feitos de manhã pelo presidente boliviano, Evo Morales, a respeito da nacionalização do gás e da atuação da Petrobras no seu país (FSP).
- Em resposta às declarações do presidente da Bolívia, Evo Morales, a Petrobras divulgou ontem uma dura nota na qual expressa sua "indignação diante de acusações" de operar "deliberadamente à margem da lei".Sem citar nominalmente o presidente Morales, a nota diz ainda que a companhia "sente-se surpreendida pelas recentes notícias que relatam acusações de ilegalidade na sua atuação na Bolívia"(FSP).
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu o ataque de Evo Morales ao Brasil e à Petrobras à campanha eleitoral para a Assembléia Constituinte boliviana, eleição marcada para 2 de julho e peça fundamental no desenho do presidente da Bolívia para o que chama de "refundação" de seu país.O nacionalismo tem forte apelo eleitoral na Bolívia (como na maioria dos países) (FSP).
- A afirmação de Evo Morales sobre 70 contratos -segundo ele, ilegais- entre o Estado e as multinacionais petroleiras é uma posição histórica do seu partido, o MAS (Movimento ao Socialismo), e uma grande controvérsia há dez anos.O contrato de risco compartilhado, a privatização da YPFB e a definição do preço do gás aos únicos compradores, Brasil e Argentina, são os três pontos da política de hidrocarbonetos herdada de governos passados e questionados pelo MAS (FSP).
- Em depoimento ao Senado, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, disse que, durante a preparação do decreto que nacionalizou o gás e o petróleo, havia "insinuações muito diretas do governo brasileiro" de que poderia haver até uma intervenção militar contra o país (FSP).
- As duras declarações do presidente boliviano, Evo Morales, contra a Petrobras contrastam com a avaliação otimista das missões boliviana e brasileira do encontro de anteontem, em La Paz, que marcou o início das negociações para a revisão do preço do gás exportado e para a adaptação das operações da Petrobras ao decreto de nacionalização (FSP).
- A entrevista de Evo Morales ontem em Viena permite compor o perfil do governante boliviano conforme suas próprias palavras, em alguns dos principais temas que emergiram, ao menos no Brasil, após a nacionalização do gás.Mas é um perfil que está assentado menos em questões conjunturais e mais no resgate do que o boliviano considera "500 anos de espoliação" do seu país tanto por estrangeiros como pela elite local (FSP).
11/05 - A Venezuela e a Bolívia rechaçaram ontem comentários de autoridades brasileiras de que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, teria influenciado a decisão boliviana de nacionalizar o setor de gás natural do país (FSP).
- "O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela poderia ter me consultado a respeito disso. Não falei o que a nota diz. Nunca trataria um chefe de Estado dessa forma, menos ainda um chefe de Estado de um país amigo", disse o assessor especial da Presidência brasileira para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, a respeito da nota do governo venezuelano divulgada ontem (FSP).
- A crise com a Bolívia desencadeou, em certos meios políticos e jornalísticos brasileiros, uma súbita e veemente onda nacionalista. O clima é de indignação ruidosa e preocupação alarmada com os interesses nacionais. Há muito tempo não se vê tanta ênfase patriótica na imprensa e no Congresso -Paulo Nogueira Batista Jr. (FSP).
- Depois de mais de seis horas de reunião, o encontro entre os ministros brasileiro Silas Rondeau (Minas e Energia) e boliviano Andrés Soliz Rada (Hidrocarbonetos) terminou sem avanços aparentes em temas como a nacionalização das refinarias pertencentes à Petrobras e a negociação sobre o preço do gás (FSP).
- O ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, anunciou ontem o pacote de investimentos na área de gás e petróleo que a estatal venezuelana PDVSA fará no país, que inclui construção de indústrias e a criação da bandeira Petroandina para uma rede de postos de gasolina. O anúncio será feito pelos presidentes Evo Morales e Hugo Chávez durante um encontro na quinta-feira da semana que vem (FSP).
- O presidente em exercício da Bolívia, Alvaro García Linera, disse ontem que os novos diretores e síndicos da Petrobras Bolívia Refinación S.A., indicados na segunda pelo governo, assumirão suas funções em duas semanas (FSP).
- O chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, afirmou em Madri (Espanha) que contratos assinados com empresas de petróleo e gás no país são "ilegais", em referência aos contratos de exploração de campos de gás e petróleo assinados nos anos 1990 (FSP).
- Os consumidores já se retraíram diante da perspectiva de aumento do preço do gás boliviano: o número de agendamentos feitos pelas oficinas de conversões de veículos para o uso do GNV (Gás Natural Veicular) caiu em 30% desde o início da crise. A estimativa é do Comitê de GNV (Gás Natural Veicular) do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo) (FSP).
- O Luiz Inácio Lula da Silva que desembarca no fim da tarde em Viena não é mais o primeiro presidente que parecia de esquerda, uma espécie de precursor da suposta onda que se alastrou depois pela América Latina.Ao contrário, está fora da foto da cúpula alternativa ao encontro de governantes da União Européia-América Latina/Caribe, motivo da viagem de Lula - Clóvis Rossi (FSP).
- O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, vai sair do extremo sul da América do Sul, atravessar o Atlântico mais meia Europa, para participar da 4ª Cúpula União Européia-América Latina/Caribe, amanhã, mas não fica para a habitual cúpula paralela que reúne apenas os quatro sócios do Mercosul e o conglomerado europeu, agora com 25 países, marcada para o dia seguinte (FSP).
- A CFI (Corporação Financeira Internacional), o braço financeiro do Banco Mundial, apresentou um plano em que amplia as exigências "ambientais e sociais" antes de conceder um crédito de US$ 400 milhões às duas multinacionais do papel que estão sendo construídas na fronteira com o Uruguai, centro da crise diplomática do país com a Argentina (FSP).
10/05 - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou ontem que a política externa brasileira "nunca será a do porrete", ao falar sobre a crise do gás a senadores, e admitiu que o venezuelano Hugo Chávez às vezes causa "desconforto" ao Brasil. Chamou a atitude boliviana de ocupar instalações da Petrobras com tropas de "adolescente" (FSP).
- Além do preço do gás natural, a Petrobras quer discutir a nomeação de quatro bolivianos para a estatal brasileira na reunião de hoje em La Paz, Bolívia, com representantes do governo boliviano e da estatal YPBF. De acordo com a empresa brasileira, para que os indicados possam assumir cargos de direção na Petrobras, é preciso que sejam cumpridos uma série de procedimentos (FSP).
- A Petrobras Bolívia divulgou ontem um duro comunicado em relação à nomeação, feita na véspera pelo governo boliviano, de quatro diretores e um síndico para as duas refinarias nacionalizadas pelo decreto do dia 1º de maio. Na nota, a empresa brasileira afirma que, para que a medida seja implantada, "há uma série de procedimentos e formalidades legais e societárias que devem ser cumpridas previamente, de acordo com a Constituição e as leis da República" (FSP).
- O preço do gás que o Brasil importa da Bolívia subiu 307% desde o início da operação do gasoduto que liga os dois países, em julho 1999. O percentual supera a variação de 250% do preço do petróleo no mesmo período (FSP).
- 09/05 - O governo boliviano nomeou ontem à tarde os novos diretores da Petrobras Bolívia Refinación S.A. e de outras empresas que, de acordo com o decreto de nacionalização, terão de passar o controle acionário à YPFB, a estatal boliviana de gás e petróleo. A posse dos diretores ainda não tem data marcada (FSP).
- O presidente da Bolívia, Evo Morales, convocou a população do país a "defender a nacionalização" dos hidrocarbonetos contra uma suposta conspiração em andamento contra o decreto assinado na semana passada (FSP).
- O conturbado episódio da nacionalização dos setores de petróleo e gás na Bolívia não muda e até reforça convicções que tenho manifestado neste espaço a respeito da importância do controle de setores estratégicos, cuja desnacionalização não é recomendável a nenhum país - Benjamin Steinbruch (FSP).
- A Petrobras inicia amanhã negociação direta com a Bolívia sobre o aumento de preço do gás, mas o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, antes se encontra com o venezuelano Hugo Chávez, principal apoiador da nacionalização feita por Evo Morales (FSP).
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o próprio ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participe da missão brasileira que irá à Bolívia tratar dos interesses da Petrobras após a nacionalização dos hidrocarbonetos no país vizinho (FSP).
- O assessor especial da Presidência brasileira para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que a mudança de regras fundiárias na Bolívia, estudada pelo governo Evo Morales, "preocupa" o Brasil caso seja feita "ao arrepio da lei" e com quebra de contratos (FSP).
- Além de mais uma vez prometer que o preço do gás no Brasil não vai aumentar com a nacionalização das reservas bolivianas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil não fará "provocações" nem adotará "retaliações" nas negociações com o vizinho sul-americano (FSP).
- A eleição peruana será um dos palcos onde a liderança da América do Sul será disputada, segundo o jornalista e escritor Alvaro Vargas Llosa."Chávez conseguiria um grande aliado para sua Alba se o Humala vencer. Já Alan García descobriu que pode ganhar votos se for o "anti-Chávez'", disse em relação aos dois candidatos que se enfrentam no segundo turno, no próximo 4 de junho (FSP).
- Uma pesquisa do instituto Apoyo colocou o segundo colocado no primeiro turno como favorito para as eleições de 4 de junho. O ex-presidente Alan García aparece com 57% dos votos válidos, contra 43% de Ollanta Humala (FSP).
08/05 - Depois do gás, a terra. O presidente boliviano, Evo Morales, já tem em sua mesa um pacote de decretos e um projeto de lei que regulamenta o que ele mesmo tem chamado de nacionalização da terra. A medida deve afetar de forma diferente as centenas de proprietários de terra brasileiros no país, divididos pelo governo entre sojicultores radicados no departamento de Santa Cruz e os que exercem atividades ilegais na extensa zona de fronteira (FSP).
- O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou no sábado que pretende elevar em US$ 2 o preço do gás exportado pelo país. Hoje, o produto é vendido a US$ 3,60, mas chega ao consumidor brasileiro a US$ 5,60, em razão do custo de transporte. Se o desejo de Morales de aumento de 55% se concretizar, o preço subirá a pelo menos US$ 7,60 o milhar de m3 (FSP).
- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou ontem em seu programa de rádio semanal que seu país vai aumentar sua receita com o setor de petróleo, criando um novo imposto e aumentando taxas já existentes para algumas empresas (FSP).
- O ingresso de venezuelanos na Bolívia aumentou 175% nos dois primeiros meses após a vitória do presidente Evo Morales, indicam documentos do Serviço Nacional de Imigração obtidos pela Folha (FSP).
- O jornal boliviano "La Razón" informou ontem que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, participará, ao lado do presidente boliviano, Evo Morales, do lançamento, na Bolívia, da campanha pela Assembléia Constituinte (FSP).
- Está claro que o presidente Lula não quer briga com a Bolívia de Evo Morales, assim como não quis briga quando Nestor Kirchner reclamou e levou medidas de proteção à indústria argentina que contrariam as regras do Mercosul e prejudicam exportadores brasileiros. Do mesmo modo, Lula não brigou com Hugo Chávez quando o governo da Venezuela impôs a mudança dos contratos da Petrobrás naquele país -
Carlos Alberto Sardenberg (Estadão).
7/05 - O presidente da Bolívía, Evo Morales, defendeu hoje um forte aumento no preço do gás que seja capaz de resolver o déficit fiscal e ainda colocar as contas do país vizinho no azul.Segundo a estatal Agência Boliviana de Informação, Morales quer elevar o preço do combustível vendido ao Brasil e à Argentina em US$ 2. Hoje o Brasil paga US$ 3,26 por milhão de BTU (medida internacional de gás) --ou seja, a alta defendida pelo presidente alcança 61% (UOL).
- O Brasil já está no limite da oferta de gás e deve ter déficit de 8 milhões de m3/dia (cerca de 10% da demanda) daqui a quatro anos. Caso o governo cumpra a decisão de desestimular o consumo do gás por causa da crise com a Bolívia, o problema pode ser outro: energia mais cara ou a falta dela (FSP).
- Pela terceira vez em 70 anos, a Bolívia nacionalizou suas reservas de petróleo e gás natural. Diferentemente das duas primeiras ocasiões, em que os principais alvos foram empresas norte-americanas, desta vez a maior vítima foi a Petrobras.A decisão da Petrobras de suspender, por enquanto, novos projetos na Bolívia é sensata. José Alexandre Scheinkman (FSP).
- A Bolívia está chegando ao limite de sua capacidade de produção de gás e, sem novos investimentos, deve haver um déficit de 12 milhões de m3/dia entre os compromissos contratuais do país e o que ele será capaz de entregar aos compradores, entre os quais o principal é o Brasil.
- A divisão de gás da Petrobras não dá lucro, segundo informa Ildo Sauer, diretor de gás e energia da estatal. "O negócio de gás na companhia sempre foi deficitário, o lucro da Petrobras [de R$ 23,7 bilhões em 2005] vem da exploração de petróleo no Brasil." (FSP)
- O episódio Evo Morales está servindo para abrir os olhos do país para o que está ocorrendo no campo ambiental na fronteira Brasil-Bolívia. A EBX, de Eike Batista, foi acusada de desrespeitar a legislação ambiental da Bolívia. Bom, agora Eike atravessou a fronteira. Sua EBX está em Corumbá pleiteando uma licença ambiental para se instalar no lado brasileiro. Ou seja, virou uma questão interna do Brasil. E o que está ocorrendo por lá exige no mínimo um holofote amplo da mídia - Luiz Nassif (FSP).
- A ofensiva para mobilizar a opinião pública contra as petroleiras estrangeiras incluiu a divulgação, por jornais e TVs bolivianos, dos salários dos executivos que trabalham no país, entre os quais o presidente da Petrobras local, José Fernandes Freitas. O presidente de Repsol ganha 27 vezes mais que o presidente da República". O dirigente da petroleira espanhola tem salário equivalente a US$ 50 mil, enquanto Evo Morales, presidente boliviano, recebe US$ 1.870 -ele reduziu seus vencimentos em 50% depois que assumiu o cargo, em janeiro deste ano.O presidente da Petrobras recebe um salário de US$ 17,5 mil por mês, segundo os dados publicados pelo jornal (FSP).
- Não é de espantar que a nacionalização do setor de gás seja questão de honra para a população boliviana e de sobrevivência política para o presidente Evo Morales. Qualquer análise dos indicadores do país desemboca na importância do produto. O problema é que essa significância pode ser minada de forma drástica caso o gás boliviano perca espaço no Brasil, seu principal mercado de exportação -o que leva à conclusão de que Morales está colocando a economia sob risco (FSP).
- Assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia diferencia a política externa brasileira da pregação anti-EUA do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Não queremos na América Latina um clima de Guerra Fria." Ele afirma que, na crise do gás, a Bolívia tem "menos alternativas" do que o Brasil, pois não teria como vender seu produto a outro país (FSP).
- O Uruguai, sócio menor do Mercosul, encontrou a fórmula para se diferenciar dos seus parceiros e acelerar seu próprio desenvolvimento: assumir o capitalismo em atos e discursos, apesar de, paradoxalmente, ter há 14 meses um presidente socialista, Tabaré Vázquez (FSP).
- A surpresa dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e do argentino Néstor Kirchner com a nacionalização do gás boliviano demonstrou que algo não vai bem entre os líderes da esquerda latino-americana. O boliviano Evo Morales nem avisou previamente os colegas. Quem soube da medida antes - e a aprovou - foi o venezuelano Hugo Chávez.As últimas semanas foram ricas em desmentir que um bloco unido com afinidades à esquerda estava surgindo na América Latina (FSP).
- O susto dado pelo presidente boliviano Evo Morales ao nacionalizar a exploração de gás e petróleo na segunda-feira não foi só no Itamaraty. Foi também em seu equivalente norte-americano, o Departamento de Estado, e em sua titular, Condoleezza Rice. A diferença, porém, é que no caso norte-americano o sobressalto foi genuíno: sob George W. Bush, os EUA ignoravam a existência da América Latina (FSP).
- As recriminações começaram quase imediatamente depois de a queda de uma ponte ter obrigado o governo do presidente Hugo Chávez Frías a fechar a única rodovia que liga o maior aeroporto da Venezuela à capital do país, em janeiro. Os adversários de Chávez o acusaram de desperdiçar a riqueza petrolífera nacional em projetos de motivação política no exterior, ao mesmo tempo em que deixa de lado necessidades de infra-estrutura de seu país (FSP).